Folha de S.Paulo

De estar na loja, na publicidad­e, no produto.

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Quais são os maiores erros das marcas de moda hoje?

O erro é só fazer o que vende, tentar produzir tudo para todo mundo. Você tem que adotar o que faz sentido. Quando vejo o [o estilista americano] Ralph Lauren, você vê a cara dele em tudo o que está nas lojas. O [estilisa britânico] Paul Smith é a mesma coisa.

De alguma forma, a Richard’s estava perdendo sua cara, um pouco do propósito, tinha muita regra, estava confusa. As perguntas das pessoas eram sempre “pode isso?”, “pode aquilo?”. Não acredito tanto em regras, em hierarquia, mas em identidade. A melhor maneira de fazer é ser.

As marcas que têm uma crença são sempre interessan­tes. Você veja a Osklen, aquela identidade parece parte do que é o Oskar [Metsavaht, fundador da grife]. Entendo que, hoje, não dá pra vender só roupa. Todos os sentidos têm Prepara uma nova Richard’s?

Não uma nova, mas uma que dê uma ideia de continuida­de do que ela era em sua fundação. Podemos falar de mais qualidade, por exemplo, mas nada “over”, não espere manifestaç­ões de moda. Haverá,

Projetamos algo em torno de dois anos. A recuperaçã­o deve vir logo porque estamos agindo, procurando vazão para estoques enormes guardados e verificand­o o canal de distribuiç­ão mais adequado, se é “outlet”, “multimarca” ou “loja própria”. O clima é um misto de apreensão e de animação com esses novos passos, de focar menos no volume e mais na qualidade das peças.

A Richard’s estava perdendo sua cara, um pouco do propósito, tinha muita regra. As perguntas das pessoas eram sempre ‘pode isso?’, ‘pode aquilo?’. Não acredito tanto em regras, mas em identidade

Qualidade significa preços mais altos também, certo?

Eventualme­nte alguma coisa ou outra ficará mais cara. Se você compra um cashmere, não espere pagar o mesmo valor pago por um tecido de qualidade inferior. O que estamos fazendo é ajustando nossos processos internos. Vamos criar 100 peças para escolher as 20 melhores, e não como até pouco tempo, quando fazíamos 100 e colocávamo­s tudo para vender. A matemática agora é outra.

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