Temer se reúne com Macri e afirma que não há tabus com a Argentina
Presidente argentino havia manifestado preocupação com deficit na relação comercial com o Brasil
incluídas na lista da chamada LNA, ou licença não automática, que requerem autorização do poder público para entrarem no país. ALIANÇA DO PACÍFICO Macri defendeu que o Mercosul aproveite o atual cenário político no continente para ampliar as relações comerciais com os países da Aliança do Pacífico, como México, Chile, Peru e Colômbia.
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem ameaçado criar uma tarifa de 20% sobre todos os produtos importados pelos americanos do vizinho do sul.
O montante arrecadado seria usado para financiar a construção de um muro na fronteira com o México. A hostilidade do republicano pode levar o país latino a dar maior prioridade ao comércio com a América Latina.
“Já manifestamos ao presidente [mexicano, Enrique] Peña Nieto que estamos abertos a aprofundar o diálogo”, disse Macri.
Ele pregou também o aprofundamento nos acordos comerciais com a União Europeia, que continuam em negociação com o Mercosul, e entre a Argentina e o Brasil.
“Nós temos de ser sócios. Que a rivalidade seja deixada apenas para o esporte e que sejamos sócios no restante”, brincou o argentino.
Os presidentes assinaram memorandos de entendimentos nas áreas de proteção de fronteiras, cooperação de diplomacia e para a elaboração de uma agência bilateral para diminuir barreiras sanitárias e fitossanitárias.
O presidente Michel Temer teria enviado uma carta ao presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Julio Borges, em que manifesta sua preocupação com a situação do país e lamenta a rejeição de uma doação de remédios.
Uma tradução livre da carta em espanhol foi revelada por Borges nesta terça (7) e seria uma resposta a uma correspondência entregue pela oposição ao presidente Nicolás Maduro à delegação brasileira na cúpula da Celac (Comunidade Latino-Americana de Nações), em janeiro.
A Folha não conseguiu confirmar a autenticidade do documento com a Presidência e o Itamaraty. Nela, Temer teria lembrado a Borges que fez uma doação de remédios ao país vizinho, rejeitada pelo governo. “Infelizmente, a oferta não foi aceita.”.
Embora tenha oferecido ajuda, Temer afirmou que agirá “na medida do possível, no mais absoluto respeito à soberania da Venezuela”. Nos últimos meses, o governo brasileiro faz declarações contrárias ao chavista, mas tem evitado interferir na crise de forma mais contundente.
A tática é a mesma de outros países sul-americanos e é criticada pela oposição, que tenta abreviar o mandato do chavista, que termina em 2019.
Maduro não reconhece Temer por considerar o impeachment de Dilma Rousseff um golpe. Embora a ex-presidente tenha tentado se distanciar de Caracas, o PT continuou a apoiar o chavismo.