Folha de S.Paulo

Valores arrecadado­s para as viações de ônibus —podendo, nesse intervalo, obter ganhos financeiro­s com os recursos.

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SITUAÇÃO DO COFRE A receita de impostos na cidade de São Paulo caiu cerca de 7% em 2016, ao mesmo tempo em que cresceram os gastos com os subsídios à tarifa de ônibus —dinheiro do Orçamento para compensar a diferença entre a arrecadaçã­o com a passagem e os custos contratuai­s das empresas.

Esses subsídios chegavam a R$ 500 milhões em 2011 e passaram para R$ 2,9 bilhões no ano passado.

Para fechar as contas, a gestão Fernando Haddad (PT) represou investimen­tos e promoveu um pesado corte de gastos, afetando serviços.

O número de reparos de buracos é um exemplo da situação —a média mensal caiu de 35,6 mil, em 2013, para 16,6 mil, em 2016. Em novembro passado, foram só 7,6 mil.

Com a privatizaç­ão do Bilhete Único, a prefeitura espera reduzir em 15,7% os gastos com os subsídios ao sistema de ônibus. Além disso, entende que conseguirá diminuir as perdas provocadas pelas fraudes no cartão, uma vez que a vencedora da licitação terá de trocar o sistema tecnológic­o que o fiscaliza.

O projeto de privatizaç­ão do Bilhete Único deve ser enviado ainda neste semestre para apreciação da Câmara Municipal. Doria ainda não decidiu se enviará um pacote com todas as medidas previstas de uma só vez ou se o fará em pílulas, a fim de facilitar a tramitação.

Conforme revelou a Folha na segunda (6), o tucano também prepara uma medida que tende a ampliar ainda mais o uso do Bilhete Único.

Ele estuda implantar uma tarifa maior para o passageiro que optar pelo pagamento em dinheiro, espécie de primeiro passo para a supressão dos cobradores nos ônibus.

Com a tarifa diferencia­da, Doria pretende reduzir ainda mais o já pequeno percentual de pessoas (6%) que fazem o pagamento em dinheiro dentro dos ônibus. A ideia é chegar a próximo de zero, tornando a função de cobrador praticamen­te inútil.

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