Doria restringe Carnaval de rua na praça Roosevelt, e blocos reagem
A pedido de moradores, espaço do centro não poderá ter concentração ou dispersão
pequeno Unidos do Swing (bloco de jazz que reúne cerca de 500 pessoas), a medida é “drástica”. “Nosso desfile apenas partia dali, começávamos a tocar e logo caminhávamos. E temos apreço pela região, repleta de manifestações artísticas de rua”, afirma.
“É nosso quintal”, lamenta Lucas Navarro, 28, do novato As Animalias, bloco performático que discute gênero e teve sua dispersão migrada para o largo do Arouche.
Para Silvio do Carmo, 49, dono do bar Le Kitsch, “o polo cultural” que é a praça sai perdendo. Ele reclama da provável perda de faturamento e da decisão sem diálogo.
Prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak diz que tudo foi acordado com os blocos, porque a dispersão na praça, “bastante residencial”, “gera problemas”. A presidente da Associação de Moradores e Amigos do Bairro da Consolação e Adjacências, Marta Lilia Porta, 52, cita alguns: “ficamos sem poder usar transporte público, receber visitas, sem poder chamar os bombeiros se houver emergência, sem contar a poluição sonora”. “Pensam que aqui não mora ninguém?”
Doria também proibiu o desfile de blocos no Minhocão, onde o tradicional Agora Vai se apresenta há 12 anos. A decisão segue recomendação do Ministério Público Estadual de barrar eventos ali por falta de segurança.
O tucano também quer conter o excesso de foliões na Vila Madalena —onde no passado megablocos como o Sargento Pimenta, agora na Barra Funda, desfilaram. A prefeitura aumentou de 8 para 23 o número de vias onde não serão permitidos os desfiles em Pinheiros. E repetiu medida da gestão Fernando Haddad (PT), proibindo blocos com mais de 20 mil pessoas.
O prefeito regional de Pinheiros, Paulo Mathias, diz: “não haverá problema nenhum se exceder”. “É Carnaval, festa do povo. Não vamos sair contando pessoas.” A dispersão começará às 19h; a limpeza, entre 22h e 23h.