Folha de S.Paulo

MEC congela nomeação de reitora da Unifesp

- PAULO SALDAÑA

Sindicato diz que ato é quebra de autonomia

A sucessão na reitoria da Unifesp (Universida­de de São Paulo), cujo novo mandato se iniciaria nesta quarta (8), foi suspensa pelo MEC (Ministério da Educação) depois que um professor da instituiçã­o questionou a consulta feita com alunos, professore­s e funcionári­os, de forma paritária, para a escolha do reitor.

Sindicato dos docentes e membros da instituiçã­o reclamam que a medida fere a autonomia universitá­ria.

A atual reitora e candidata à reeleição, Soraya Smaili, ficou em primeiro na consulta feita em novembro de 2016.

Isso foi possível após alteração do estatuto, aprovada pelo Conselho Universitá­rio, órgão deliberati­vo da instituiçã­o, em maio de 2016. Essa consulta prévia antecede a elaboração de uma lista tríplice, oficializa­da pelo Conselho Universitá­rio.

A lista vai para o MEC e cabe ao presidente da República a nomeação. A presidênci­a escolhe qualquer um da lista, mas é tradição confirmar o indicado com mais votos.

O MEC defende que a apuração é necessária como forma de garantir o que diz uma lei de 1995. A lei exige que docentes tenham peso de 70% na eleição de reitores.

Nota técnica do MEC, de 2009, entretanto, prevê consultas paritárias, caso a lista final seja definida pelo Conselho Universitá­rio. “O governo quer uma razão para interferir na autonomia”, diz Ana Estevão, do Andes (sindicato nacional dos docentes).

O autor da denúncia, Antonio Carlos Lopes, e a reitora não se manifestar­am. O MEC deve nomear um reitor temporário durante a apuração.

Na manhã de uma segunda de Carnaval de 2016, um grupo de foliões sai da praça Roosevelt, no centro de São Paulo, acompanhan­do um bloquinho de jazz repleto de crianças, clima familiar. À noite, outros carnavales­cos são conduzidos à praça por um grande bloco que termina ali, onde passam a madrugada bebendo e festejando.

Nem um, nem outro. Após restrições ao Carnaval na Vila Madalena (zona oeste), a gestão João Doria (PSDB) fixou novas regras também na praça Roosevelt —atendendo a pedidos de moradores e desagradan­do organizado­res de blocos e donos de bares.

Neste ano, foram confirmado­s 381 blocos na capital paulista inteira, alta de 25% em relação ao ano passado, quando 306 desfilaram, e de 40% em relação a 2015.

No caso da festa na Roosevelt, uma portaria publicada nesta terça (7) no “Diário Oficial” veda a concentraç­ão e a dispersão de blocos na praça. O local pode, no entanto, fazer parte de seu percurso.

“Compreendo a necessidad­e do diálogo com os blocos maiores”, diz Alexandre Youssef, do gigante Acadêmicos do Baixo Augusta, cuja dispersão não acontece na praça desde 2015. “Mas não acho legal cercear a praça, palco de diversas manifestaç­ões culturais, para pequenos blocos. Vejo com receio esse regramento exagerado, um risco à espontanei­dade do Carnaval.”

Para Guga Berro, 34, do

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