Produtora de Alice Braga fará série da Netflix
Cofundador do serviço fala das novidades ‘Samantha!’ e ‘Car Wash’, sobre a Lava Jato
Presidente e cofundador da Netflix, Reed Hastings anunciou na terça (7), em São Paulo, que a segunda produção brasileira do serviço será a série “Samantha!”, que começa a ser gravada neste ano pela produtora Losbragas, da atriz Alice Braga.
A trama acompanha uma atriz mirim dos anos 1980 que prepara sua volta aos holofotes. Ao mesmo tempo, seu marido, um ex-jogador de futebol, volta para casa após mais de uma década na prisão.
“A tensão em suas vidas é então tratada com grande comédia”, diz Hastings. “Eu acho que vai ser o tipo de programa que não só todos no Brasil vão gostar, mas que vai espalhar a cultura brasileira ao redor do mundo.”
O empresário abriu o evento dizendo ter se encontrado na noite anterior com o chef do restaurante D.O.M., Alex Atala, e que este o agradeceu pelo programa “Chef ’s Table”, que o tornou um personagem reconhecido no mundo todo.
O caso de Atala “é um grande símbolo”, segundo Hastings, do propósito de “criar conteúdo no mundo todo e distribuir para o mundo todo”. E lembrou que a Netflix também vem produzindo séries do Japão ao México.
Além de “Samantha!” e “3%”, esta lançada no final de 2016, a Netflix prepara ainda “Car Wash”, uma série sobre a Operação Lava Jato. “Tenho certeza de que será controversa, vindo de José”, diz Hastings, referindo-se ao diretor José Padilha.
Lembrando que há outros títulos sendo produzidos sobre este “grande assunto”, comenta que, “dado o sucesso de ‘Narcos’, ‘Tropa de Elite’ e outras trabalhos de José, nós acreditamos que ‘Car Wash’ será realmente grande, globalmente”.
Questionado, sublinhou que, “em entretenimento, você não toma partido, conta uma história”, sem tentar ser jornalismo e buscar a realidade objetiva.
“As questões de corrupção e poder não são únicas do Brasil, aconteceram muitas vezes, em muitos lugares. Se fizermos um grande trabalho, ‘Car Wash’ será controversa, todos vão falar dela, mas será só parte daquela história humana que acontece ao redor do mundo há mil anos.”
A Polícia Federal indiciou 29 investigados na Operação Boca Livre. A informação foi divulgada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” na quarta (7).
Foram indiciados, de acordo com a publicação, empresários, um advogado e executivos de grandes companhias por estelionato contra a União e associação criminosa. Alguns deles também por falsidade ideológica.
Entre os alvos da investigação estão funcionários da Intermédica Notredame, KPMG, Lojas Cem, Nycomed Pharma (Takeda), Grupo Colorado, Cecil S/A, Scania, Roldão, Demarest Advogados e Laboratório Cristália.
O documento final também sugeriria a abertura de ação por improbidade administrativa para responsabilização de funcionários do Ministério da Cultura (MinC), por não terem realizado auditorias de projetos OUTRO LADO Na época em que a operação foi deflagrada, as empresas citadas afirmaram que não eram o alvo da investigação e que estavam dispostas a colaborar com as autoridades. Em nota divulgada ontem, o Demarest diz que “não praticou qualquer irregularidade”.