Folha de S.Paulo

Da Parceria Transpacíf­ico

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuou e passou a apoiar a política da “China única”, que não reconhece a independên­cia da ilha de Taiwan.

Trump concordou em honrar essa política a pedido do presidente chinês, Xi Jinping, em telefonema na noite de quinta-feira (9).

Trump havia irritado o governo chinês em dezembro, ao sugerir uma reaproxima­ção com Taiwan, o que levaria ao rompimento de um compromiss­o de quase quatro décadas com Pequim.

O republican­o também quebrou protocolo ao conversar por telefone com a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen.

Durante a campanha presidenci­al, no ano passado, Trump adotou uma retórica hostil à China, especialme­nte no campo comercial —ele chegou a prometer que iria tarifar em 45% produtos chineses nos EUA.

Taiwan reagiu com silêncio ao anúncio da Casa Branca de que Trump aceitou o pedido de Xi. Um porta-voz do governo da ilha disse em comunicado que é interesse de Taiwan manter boas relações com os EUA e China.

A todo país que deseja estabelece­r relações diplomátic­as com a China, Pequim exige o reconhecim­ento do princípio da “China única”.

Isso impede qualquer independên­cia formal de Taiwan, separada politicame­nte do continente desde 1949 e que Pequim deseja unificar com o restante da China.

Os EUA deixaram de reconhecer Taiwan em 1979, passando a manter relações formais apenas com a China continenta­l, governada pelo Partido Comunista.

Os líderes dos EUA e China não conversava­m por telefone desde a posse de Trump, em 20 de janeiro. Fontes diplomátic­as em Pequim dizem que o governo chinês expressava nervosismo sobre uma humilhação de Xi caso o telefonema com Trump não corresse bem e detalhes fossem vazados à mídia. JAPÃO No segundo encontro desde que foi eleito com o premiê japonês, Shinzo Abe, Trump afirmou que deseja uma “relação tremenda e de longo prazo” com Tóquio.

A reunião nesta sexta-feira (10) na Casa Branca foi centrada no aspecto comercial.

Após retirar os EUA da Parceria Transpacíf­ico, inviabiliz­ando o acordo de 12 países —entre eles o Japão— defendido pelo seu antecessor, Barack Obama, Trump disse que pretende buscar um acordo de livre comércio com Tóquio.

Ele fez menção ainda à volta de empresas aos EUA, após sua ameaça de aumentar as taxas de importação para produtos estrangeir­os. E disse que em breve mais companhias anunciarão sua volta.

Abe deixou a porta aberta para um possível acordo bilateral de comércio.

“A região da Ásia-Pacífico está em grande cresciment­o, o que é bom para o livre comércio. Trata-se de uma grande chance para ambos, mas isto deve ser de maneira justa. Não devemos fazer nenhuma intervençã­o econômica.”

Abe afirmou ainda ter conseguido o apoio de Trump para seguir pressionan­do a Co- COMUNICADO DA CASA BRANCA divulgado na quinta-feira (9)

O presidente Trump concordou com o pedido do presidente Xi para honrar nossa política de ‘China única’ Não sei por que deveríamos ficar presos a uma ‘China única’ sem um acordo com a China tendo de fazer outras coisas também, incluindo comércio

TRUMP EM ENTREVISTA

no dia 11.dez.2016 reia do Norte a parar os testes nucleares e de mísseis.

Após a entrevista coletiva na Casa Branca, Abe e Trump viajaram para o resort do americano em Mar-a-Lago, na Flórida, onde devem jogar uma partida de golfe. “Será um final de semana muito produtivo”, disse Trump. IRÃ Já com o Irã, Trump mantém o tom hostil. Ao embarcar no avião presidenci­al nesta sexta-feira, ele foi questionad­o sobre a fala do presidente Hasan Rowhani na celebração do aniversári­o da Revolução Iraniana: “O Irã fará qualquer um que fale aos iranianos com ameaças se arrepender disso”. Trump respondeu aos repórteres: “É melhor ele se cuidar”.

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