Míssil norte-coreano é visto como provocação aos EUA
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Em um gesto visto pela Coreia do Sul como provocação ao novo governo dos EUA, a Coreia do Norte disparou neste domingo (12) um míssil que caiu no mar do Japão.
O teste aconteceu no fim de semana do encontro entre o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e o presidente americano, Donald Trump, em resort do bilionário em Mar-a-Lago, na Flórida.
Trump afirmou que “os EUA estão 100% com o Japão” no que se refere a manter o controle sobre testes nucleares e de mísseis. Abe classificou a ação norte-coreana como “absolutamente intolerável”.
O míssil disparado era um Musudan, classificado como de alcance intermediário, segundo militares da Coreia do Sul, e não um míssil balístico intercontinental.
“O lançamento de hoje foi para chamar a atenção para o desenvolvimento das capacidades nucleares da Coreia do Norte”, disse um porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano. “Também acreditamos se tratar de uma provocação ao novo governo americano.”
Sob condição de anonimato, um funcionário do governo dos EUA afirmou à Reuters que Trump deve pressionar a China para que exerça maior controle sobre Pyongyang.
O lançamento do míssil reflete o pensamento de Trump de que Pequim não faz o suficiente em seu espaço geopolítico de influência.
Segundo o funcionário, o teste “não foi surpresa”. “Kim Jong-un [líder norte-coreano] gosta de chamar a atenção em momentos como este.”
Em outubro, Pyongyang fez testes com mísseis Musudan em duas oportunidades, com ambos disparados da mesma base área de Banghyon.
Para o presidente do Council on Foreign Relations, Ri- chard Haass, é provável que a Coreia do Norte desenvolva ainda durante o governo Trump a tecnologia de míssil balístico necessária para alcançar alvos em solo norte-americano.
“Trump está prestes a enfrentar uma decisão realmente fatídica sobre se nós estamos preparados para viver com isso, uma Coreia do Norte que tem essa capacidade contra nós, ou se usaremos da força militar, de uma forma ou de outra, para destruir a capacidade de mísseis nucleares deles”, avalia Haass.