Folha de S.Paulo

Marcos não tem mais contrato com clube

Rusga com Paulo Nobre há dois anos e criação de gado afastaram o ex-goleiro do cargo de embaixador

- GUILHERME SETO

PALMEIRAS

O ex-goleiro Marcos, um dos maiores ídolos do Palmeiras, não é mais embaixador do time há quase dois anos.

Aos 43 anos, o ex-jogador não tem vínculo formal com o clube desde março de 2015. Após negociaçõe­s, ele não teve seu contrato renovado.

Evair e Edmundo, também embaixador­es, tiveram os vínculos estendidos naquele momento. Eles se engajam em campanhas para a divulgação das marcas do Palmeiras em eventos como inauguraçã­o de lojas, propaganda­s em diferentes mídias, etc.

Diversos fatores entraram na equação para o afastament­o de Marcos.

Segundo a Folha apurou, uma declaração do ex-goleiro sobre a opção do atacante Alan Kardec de se transferir para o São Paulo em 2014 incomodou o então presidente do clube, Paulo Nobre.

“Assim é o futebol e todo mundo fez sua parte. O São Paulo viu um jogador com dificuldad­e de renovar, foi lá e fez oferta. O Palmeiras tem política de oferecer o que pode pagar e de não deixar ao próximo presidente uma dívida. Não adianta falar que vai pagar R$ 500 mil e depois não conseguir”, disse o palmeirens­e em abril de 2014.

No mesmo dia, recebeu ligação de Nobre, questionan­do a declaração. À época, ele e Carlos Miguel Aidar, mandatário do São Paulo, trocavam provocaçõe­s na mídia.

No início de 2015, por ocasião das conversas para renovação de contrato de embaixador do clube, Nobre relembrou as declaraçõe­s dadas no ano anterior por Marcos. Recentemen­te, o ex-jogador se queixou a pessoas próximas dos comentário­s do ex-presidente do Palmeiras.

Os questionam­entos de Nobre, no entanto, não foram fator único no fim do vínculo entre Palmeiras e Marcos. O próprio ex-atleta preferia não continuar com contrato fixo com o clube, já que pensava em se dedicar mais à criação de gado em suas fazendas no interior de São Paulo.

Ainda assim, em meados de 2015, ele participar­ia de campanha para divulgação do programa de sócio-torcedor sem cobrar valor algum do Palmeiras. Um contrato de embaixador do clube paga, em média, entre R$ 800 mil e R$ 1,2 milhão por ano.

A despeito disso, Nobre e Marcos mantiveram boa relação. Quando Fernando Prass se lesionou e o reserva Vagner não foi bem, o presidente ligou para o ex-goleiro pedindo conselhos e ouviu que Jailson deveria ser a aposta.

Para 2017, o ex-jogador já sinalizou a seus representa­ntes que está disponível para participar de mais eventos. Via assessoria de imprensa, o presidente Mauricio Galiotte confirmou ter sido “procurado pelos representa­ntes de Marcos para tratar dessa questão”. Ainda em fevereiro, uma reunião para tratar do assunto deve ser feita.

Marcos fez seu último jogo pelo Palmeiras em 17 de setembro de 2011. Pelo clube, suas principais conquistas foram dois Brasileiro­s (1993 e 1994), uma Copa do Brasil (1998) e uma Libertador­es (1999). Pela seleção brasileira, foi campeão da Copa do Mundo de 2002.

Em abril de 2012, meses depois de sua aposentado­ria, o ex-goleiro começou a participar de atividades junto a torcedores como embaixador.

“Minha função não tem nada a ver com a administra­ção. Minha parte é da resenha, dar atenção ao torcedor. Queremos trabalhar com o sócio remido, o sócio torcedor”, disse Marcos à época.

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Bruno Ulivieri - 8.dez.2016/Raw Image/Folhapress Goleiro Marcos visita o centro de treinament­o do Palmeiras

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