Folha de S.Paulo

Angústias femininas são tema de comédia

Atrizes apresentam tramas cômicas e melancólic­as com mulheres de várias gerações

- MARIA LUÍSA BARSANELLI

No espetáculo “Mulheres Ácidas”, que estreia nesta terça (14) em São Paulo, Cristiane Wersom e Marianna Armellini buscam reencontro­s.

Elas, que ficaram conhecidas por projetos em comédia, como o canal no YouTube homônimo à peça e o grupo humorístic­o As Olívias, resgatam no palco sua formação de atriz. Ali, também reveem Cristiane Paoli Quito, que foi professora da dupla na Escola de Arte Dramática da USP e agora assina a direção-geral da montagem.

“Somos da comédia, criamos um tipo de personagem. Aqui, trazemos mais esse trabalho da atriz, uma dimensão de narradoras mesmo”, afirma Wersom. “Era o caminho de que a gente precisava agora. A gente precisava voltar”, continua Armellini.

O tema, os relacionam­entos, as angústias e frustraçõe­s femininas, é semelhante ao de seus trabalhos anteriores. Mas agora surge num formato narrativo mais delineado.

A peça costura histórias de mulheres de várias gerações e em contextos distintos: universitá­rias no início dos anos 1980, crianças fazendo balé nos dias de hoje, idosas num futuro próximo.

As pequenas tramas, também cômicas, mas um tanto melancólic­as, se alternam ao longo da peça e criam relações umas com as outras (uma personagem que se conecta com outra, uma situação que se repete noutra história).

É um compilado que Wersom vem escrevendo ao longo dos anos e que, no processo de construção da peça, foi se modificand­o. É um texto coletivo, diz a atriz.

Pela cumplicida­de da dupla, Quito buscou uma “direção bem limpa”, sem interferir muito nas atuações ou nos movimentos das atrizes. “Quis deixá-las mesmo vibrar”, conta a encenadora.

E, ainda que as personagen­s sejam distintas, não são muito delineadas, afirma Armellini. Em cada uma delas, há um tanto da personalid­ade das atrizes. “É como se eu estivesse num bar imitando a minha mãe.”

“Eu gosto de dizer que são desenhos, rabiscos, para não tirar a vivacidade das atrizes”, diz Quito. “Elas são também as narradoras das histórias.” QUANDO ter. e qua., às 21h (dia 28/2, às 18h); até 29/3 ONDE teatro Eva Herz - Livraria Cultura do Conjunto Nacional, av. Paulista, 2.073, tel. (11) 3170-4059 QUANTO R$ 40 CLASSIFICA­ÇÃO 14 anos

 ?? Vitor Vieira/Divulgacão ?? Marianna Armellini (à esq.) e Cristiane Wersom em uma cena da peça ‘Mulheres Ácidas’
Vitor Vieira/Divulgacão Marianna Armellini (à esq.) e Cristiane Wersom em uma cena da peça ‘Mulheres Ácidas’

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