CENSURA À FOLHA Presidente diz que não houve censura
Planalto pediu à Justiça que proibisse veiculação de reportagem sobre extorsão à primeira-dama Marcela Temer
Parlamentares da base do governo na Câmara concordam com o Planalto e consideram pedido correto
O presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira (13) que não houve censura no episódio em que a Justiça de Brasília proibiu a veiculação de reportagem da Folha sobre uma tentativa de extorsão sofrida pela primeira-dama Marcela Temer.
No final de um pronunciamento, no Palácio do Planalto, o peemedebista foi questionado pela Folha se houve censura ao jornal.
“Não houve isso. Você sabe que não houve”, respondeu Michel Temer. A petição para proibir a reportagem argumenta que as informações poderiam violar a intimidade da primeira-dama.
Parlamentares da base go- vernista no Congresso também defenderam a posição do Palácio do Planalto.
O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB) defendeu a liberdade de imprensa, mas disse que a Justiça deve garantir o equilíbrio entre esse direito e a inviolabilidade da vida privada. “Há uma linha muito tênue que separa a inviolabilidade da intimidade privada e a censura prévia a informações. Buscar o equilíbrio necessário entre ambas é a árdua tarefa que cabe ao juiz.”
Também aliado de Temer, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse ter considerado correta a atitude do governo e a decisão da Justiça de primeira instância. Segundo ele, uma das medidas cabíveis por parte de quem se sente atingido por uma reportagem é pedir a sua retirada, além da reparação de danos.
“Se considero haver um crime continuado, é aceitável que peça a sua suspensão”,