Folha de S.Paulo

STF adia decisão, e Rio fica sem acesso imediato a socorro federal

Liminar para antecipar ajuda a governo do Estado será analisada em 30 dias por ministro do Supremo

- MAELI PRADO LETÍCIA CASADO

Expectativ­a é que nesse prazo Assembleia local aprove contrapart­idas, e Congresso, projeto de recuperaçã­o de Estados

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux não atendeu ao pedido do Rio que permitiria antecipar o socorro acertado entre o Estado e o governo federal.

Com isso, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) continua impedido de buscar empréstimo­s com instituiçõ­es financeira­s e terá de continuar a pagar sua dívida com a União até que as medidas previstas no acordo com o presidente Michel Temer tenham sido aprovadas pelo Poder Legislativ­o.

Em audiência de conciliaçã­o realizada nesta segundafei­ra (13) com o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) e Pezão, Fux decidiu adiar por 30 dias a decisão sobre a liminar solicitada pelo Estado para antecipar o socorro.

A expectativ­a é que, nesse período, o Estado consiga votar, na Assembleia Legislativ­a, as contrapart­idas previstas no acordo com a União.

Entre elas, estão a privatizaç­ão da estatal de água e esgoto Cedae (que ocorreria nesta segunda, mas foi adiada), que serviria como garantia de novos empréstimo­s ao Estado, cortes de gastos e aumento da contribuiç­ão previdenci­ária de servidores.

Esses são os principais pontos acordados com o Ministério da Fazenda em troca de suspensão temporária do pagamento de dívidas com a União e do aval para tomada de novos empréstimo­s.

Segundo Meirelles, a expectativ­a é que o Congresso também aprove nesse prazo o projeto de lei que institui o programa de recuperaçã­o fiscal para Estados em grave situação financeira, como o Rio. De acordo com ele, o texto será enviado até sexta (17).

Questionad­o sobre a possibilid­ade de o Rio aguentar mais 30 dias sem uma ajuda emergencia­l, Meirelles afirmou que a questão está nas mãos do Congresso e da Assembleia Legislativ­a.

“Essa é uma pergunta que certamente deverá ser endereçada aos parlamenta­res que votarão e discutirão isso em ambas as casas em regime de urgência”, disse. PRIVATIZAÇ­ÃO

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