Votação sobre venda de empresa de saneamento do Rio é adiada
Problemas de patrulhamento no Estado teriam afetado decisão
A Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) adiou em uma semana a votação do projeto de privatização da Cedae (Companhia Estadual e Água e Esgoto), prevista para esta terça-feira (14).
A presidência da Casa não informou o motivo da decisão, mas a Folha apurou que foi tomada pelos problemas no patrulhamento da cidade provocados pela mobilização de mulheres de policiais.
“Não faz sentido retirarmos policiais do patrulhamento de outras áreas para proteger a Alerj”, disse um deputado governista que pediu para não ser identificado.
A proposta de votação da Alerj tem gerado violentos protestos de servidores do Rio, e o patrulhamento vem sofrendo impactos desde sexta-feira (10) por causa dos bloqueios feitos nas portas dos batalhões por mulheres de policiais.
Além disso, a votação do projeto não teria efeito prático no caixa do governo após a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de não conceder a antecipação de efeitos do pacote de socorro negociado com a União.
A oposição, por sua vez, acusa o governo de ter adiado a votação por medo de não ter os votos necessários para a aprovação do projeto.
A venda da Cedae é uma das principais medidas do plano de reequilíbrio financeiro prometido pelo governo Luiz Eduardo Pezão (PMDB).
Com sua aprovação, o governo espera tomar um empréstimo de R$ 3,5 bilhões, usando como garantia as ações da empresa.
O dinheiro seria usado para acertar salários atrasados. Na sexta (10), numa tentativa de conter o movimento das mulheres de policiais, o secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, disse que os recursos poderiam ser usados para pagar 13ª salário e bonificações da área de segurança.