Folha de S.Paulo

Engenheiro apaixonado pela história de SP

- AYRSON IABUTTI (1923-2017) THIAGO AMÂNCIO

Ayrson Iabutti fez a vida como engenheiro civil em São Paulo, mas dizia que gostaria mesmo era de ter se formado arquiteto. Se assim fosse, dizia, teria mais liberdade para trabalhar seus dons artísticos, que não eram poucos, conta a filha Cláudia —ele pintou quadros da adolescênc­ia até o fim da vida.

Nascido no Rio, o nissei (filho de imigrantes japoneses) cresceu no distrito de Novo Oriente, porção de terra da Sociedade Colonizado­ra do Brasil que mais tarde se tornaria o município de Pereira Barreto, a 623 km de SP, e onde seu pai tinha um mercado.

Deixou a família ainda aos 12 anos para fazer a vida na capital paulista, onde morou em uma pensão para jovens japoneses e estudou na USP.

Apaixonado pela história de São Paulo, fazia questão de levar quem viesse visitá-lo para passear pelo centro da capital, onde explicava o desenvolvi­mento da cidade enquanto mostrava a arquitetur­a de prédios históricos.

Gostava também de música clássica e orgulhava-se da vez que conseguiu reunir filhas, genros e netos para uma apresentaç­ão no Theatro Municipal da “Sinfonia nº 9” de Beethoven, sua peça musical predileta, conta Cláudia.

Antes de deixar a construção civil e trabalhar até os 90 anos como perito técnico, construiu igrejas em várias cidades do interior, como São Joaquim da Barra e Guaíra, além de templos na capital, como a igreja de Santa Rita de Cássia, na Vila Mariana, onde foi celebrada sua missa de sétimo dia.

Ayrson morreu no último dia 30 após sofrer um infarto fulminante, aos 93, deixando

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