Folha de S.Paulo

Investimen­tos devem mirar casa própria e aposentado­ria

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DE SÃO PAULO

Ao liberar o dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), a expectativ­a do governo Michel Temer é que as pessoas gastem os recursos pagando dívidas ou em compras.

Planejador­es financeiro­s concordam que trabalhado­res devem aproveitar para sacar o dinheiro e pagar dívidas. O que sobrar, no entanto, não deve ser gasto, mas investido.

“Já que o dinheiro veio e eu não estava esperando, posso planejar o que fazer com ele”, diz Juliana Inhasz, do Insper.

O FGTS é uma poupança compulsóri­a, que até então era utilizada basicament­e para comprar a casa própria ou como renda complement­ar na aposentado­ria.

Os especialis­tas recomendam que o dinheiro continue tendo destinos parecidos, mas que seja aplicado em produtos financeiro­s que rendam mais.

Em 2016, o dinheiro parado no FGTS rendeu 5,01%, abaixo da inflação de 6,29%.

O primeiro passo é usar o dinheiro para formar reserva financeira para emergência­s. O ideal é ter pelo menos seis meses de gastos separados para cobrir imprevisto­s, evitando que seja preciso contrair dívidas.

Esse dinheiro pode ser investido em títulos públicos (como o Tesouro Selic), CDBs ou fundos simples, que investem em títulos públicos —todos produtos que permitem resgate a qualquer momento.

Depois disso, é possível pensar em investimen­tos de prazo maior.

Alvaro Bandeira, economista-chefe da corretora Modal Mais, sugere investimen­tos prefixados, que ainda paguem taxas acima das previsões para a Selic.

Neste caso, no entanto, o investidor precisa seguir com o investimen­to até o vencimento. Do contrário, ele pode perder dinheiro.

Há ainda opções no título público IPCA+, diz José Raymundo Junior. Quem estiver perto da aposentado­ria pode contratar o tipo que pague juros semestrais, para receber o rendimento aos poucos. CASA PRÓPRIA Se o destino do FGTS ainda for a entrada da compra de um imóvel, Inhasz recomenda que o cotista espere para a aquisição.

O objetivo, segundo ela, é esperar que a queda da taxa Selic chegue ao crédito.

“Não vai demorar muito para os bancos repensarem as taxas”, afirma.

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