Folha de S.Paulo

Cientistas planejam ‘contra-ataque’ a Trump

Preocupaçã­o com rumos da administra­ção foi tema de sessão em encontro científico

- GABRIEL ALVES

Cientistas geralmente não gostam de “contaminar” suas atividades com questões políticas, mas as primeiras ações do 45º presidente americano, o republican­o Donald Trump, parecem ter mudado um pouco esse paradigma.

Andrew Rosenberg, diretor do Centro para Ciência e Democracia da União dos Jornalista­s Preocupado­s, comandou sessão na sexta (18) no encontro da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS) para tratar do que os cientistas devem fazer para “Defender a Ciência e a Integridad­e Científica na Era Trump” (assim chamava o evento na programaçã­o).

John Holdrem, que foi conselheir­o de Barack Obama para questões científica­s, disse que a ciência vai sofrer com a nova administra­ção.

Segundo ele, os cortes de Trump devem atingir os institutos de pesquisa, principalm­ente aqueles que financiam pesquisa básica. Para Holdrem, a administra­ção atual não conseguiu entender o benefício mútuo gerado pela cooperação científica entre diferentes países —referindo-se à decisão, suspensa pela Justiça, que impedia pessoas de alguns países de maioria muçulmana entrarem nos EUA.

Além da indicação de nomes polêmicos para cargos de chefia em institutos científico­s, a postura da nova administra­ção —que impediu que institutos nacionais divulgasse­m pareceres e recomendaç­ões sem o aval da Casa Branca— está entre as razões para acender o sinal amarelo.

Em 22 de abril, os cientistas-ativistas planejam um protesto em Washington.

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Gabriel Alves/Folhapress Cientistas reunidos em sessão de encontro em Boston

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