Renata Rosa mostra sua música de apelo mundial
Cantora lança ‘Encantações’, seu terceiro álbum, em apresentação no Itaú Cultural
DE SÃO PAULO
Um dos grandes mestres da música brasileira, Heitor Villa-Lobos (1887-1959) é, mais uma vez, o espectro homenageado nos primeiros concertos anuais da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), ainda em sua pré-temporada —a oficial inicia em março.
As apresentações, nesta quinta (23) e nesta sexta (24), como de costume a preços populares, põem fim a um projeto em que por seis anos fez o Centro de Documentação Musical da Osesp se debruçar sobre a obra do compositor.
Nas ocasiões, será executada e registrada a “Sinfonia nº 2 - Ascensão”, a última que faltava para arrematar a primeira gravação integral brasileira das sinfonias compostas pelo maestro carioca —há uma alemã, feita nos anos 1990 pela Orquestra Sinfônica da Rádio de Stuttgart—, ainda antes de criar as famosas Bachianas Brasileiras.
A batuta fica a cargo de Isaac Karabtchevsky, à frente do projeto com Antonio Carlos Neves Pinto, coordenador do centro de documentação, e Arthur Nestrovski, diretor artístico da instituição.
“As sinfonias sempre foram uma espécie de patinho feio na obra orquestral de Villa-Lobos”, diz Karabtchevsky, convidado por Nestrovski para participar do projeto após conduzir a cantata “Mandu-Çarará”, de Villa, com a Osesp, em 2010.
“Por incrível que pareça, as 11 sinfonias [seriam 12, mas a 5ª foi perdida] daquele que é, por consenso, nosso maior compositor, permaneciam desconhecidas. Algumas muito provavelmente terão tido sua primeira audição em São Paulo ao longo desse processo”, diz Nestrovski.
Ao resgatar a obra do compositor, perceberam que esbanjava erros de continuidade musical atribuídos ao uso do papel vegetal para as cópias das partituras. Entre os desacordos analisados, estavam, por exemplo, instrumentos que iniciavam uma melodia e, na virada de página, inesperadamente desapareciam. RESTAURO