Folha de S.Paulo

ANÁLISE Saída reforça cacife de Alckmin no jogo tucano

- IGOR GIELOW

A saída de José Serra do Itamaraty altera a composição das forças que disputam a candidatur­a a presidente pelo PSDB em 2018.

Ele foi o primeiro entusiasta da adesão dos tucanos ao governo ainda interino de Michel Temer (PMDB), levando consigo o presidente da legenda, o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Antes adversário­s internos, ambos se uniram para fazer frente à crescente articulaçã­o do governador Geraldo Alckmin (SP) para postular à vaga de presidenci­ável tucano.

Alckmin manteve uma posição de distância do Planalto, acentuada com a saída de seu nome do primeiro escalão, o agora ministro do Supremo Alexandre de Moraes.

Com a saída de Serra do governo, Aécio perde musculatur­a para repetir a candidatur­a de 2014. Como chanceler, o tucano era figura de proa na amarração partidária entre PSDB e PMDB.

No Senado, Serra poderá ajudar a tocar a pauta econômica do governo, da qual ressentia estar afastado pelas várias tarefas do Itamaraty. Como disse um adversário, não sem a devida malícia, isso não necessaria­mente será bom pa- ra a equipe econômica.

Asmudanças­queoperoua­o dar umcavalo depaunaori­entação política do Itamaraty, que passara 13 anos sob o petismo, e a intensa articulaçã­o política de Serra lhe valeram insinuaçõe­s de que trabalhava visando a eleição de 2018.

Sua aliança tática com Aécio, contudo, indicava que o sonho da Presidênci­a, que buscou nas campanhas de 2002 e 2010, estava em segundo plano por ora. No esquema atual, tentaria disputar o governo de São Paulo.

Todas essas maquinaçõe­s estão sob a espada de Dâmocles personific­ada pela Lava Jato. Aécio é o mais citado dos três grãos-tucanos na operação, Serra e Alckmin ganharam referência­s ainda a serem detalhadas por parte de delatores. Todos negam quaisquer irregulari­dades.

No caso do ex-chanceler, a acusação de que recebeu R$ 23 milhões da Odebrecht no exterior era considerad­a grave por aliados, não menos porque ele ocupava um posto de destaque sob Temer.

Se viesse a ser denunciado, teria de licenciar-se do cargo sob intenso escrutínio. Agora, na bancada do Senado o impacto eventual de denúncias seria diluído entre tantos colegas que já estão enrolados pelas teias da operação. Entre uma vértebra e outra tem os segmentos e nas laterais existem os forames (buraquinho­s) Leva todas as conexões nervosas para os membros e recebe dos nervos toda informação sensitiva Estreitame­nto do forame, ou seja, há uma redução de espaço de saída do nervo , que fica “pinçado” e inflamado, levando à dor e perda de sensibilid­ade Por meio de um corte de 4 cm no pescoço, a coluna é acessada e, após descompres­são do forame, o disco é substituíd­o por uma prótese e o segmento é fixado com placas e parafusos

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