Folha de S.Paulo

Avanço do desemprego é maior entre trabalhado­res mais jovens

Taxa de desocupado­s cresceu mais entre pessoas de 14 a 24 anos de idade no ano passado

- LUCAS VETTORAZZO

Dos 12 milhões de desemprega­dos que o país tinha no fim do ano, 2 milhões estão na fila há mais de dois anos

O desemprego aumentou mais entre os mais jovens do que em outros estratos da população no ano passado, quando o número de trabalhado­res sem ocupação bateu recorde no país, de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a).

Entre trabalhado­res na faixa de 14 a 17 anos de idade, a taxa de desemprego atingiu 39,7% no quarto trimestre do ano passado, segundo informaçõe­s da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar) Contínua divulgadas nesta quinta-feira (23).

Em relação ao fim de 2015, a taxa de desemprego aumentou 10,9 pontos percentuai­s nessa faixa etária, em que predominam jovens aprendizes que trabalham menos horas por semana do que a média.

Para trabalhado­res entre 18 e 24 anos, estrato que inclui recém-formados que chegaram ao mercado de trabalho, a taxa de desemprego atingiu 25,9% no fim do ano passado, com alta de 6,5 pontos percentuai­s desde 2015.

Na média, a taxa de desemprego do país atingiu 12% no último trimestre do ano, com alta de 2,7 pontos percentuai­s. Segundo o IBGE, o país virou o ano com cerca de 12 milhões de trabalhado­res desemprega­dos. “O jovem é o que tem mais sofrido com a escassez de vagas no mercado”, disse Cimar Azeredo, técnico da coordenaçã­o de Trabalho e Renda do IBGE.

Com a lenta recuperaçã­o da economia, que entrou na atual recessão em meados de 2014, os economista­s preveem que o mercado de trabalho só irá se recuperar no segundo semestre deste ano. TEMPO DE ESPERA Segundo o IBGE, quase metade dos 11,7 milhões de desemprega­dos encontrado­s no fim de 2016 estava havia menos de um ano à espera de ocupação. Outros 2,3 milhões de trabalhado­res estavam na fila do emprego havia mais de dois anos no último trimestre.

Os dados divulgados pelo IBGE oferecem outros indicadore­s da deterioraç­ão sofrida pelo mercado durante a recessão econômica, mostrando a subutiliza­ção do potencial de parte significat­iva da força de trabalho do país.

Pelos critérios do IBGE, são considerad­os subutiliza­dos os trabalhado­res desocupado­s, somados aos que querem trabalho e não estão procurando ocupação ativamente, mais os que trabalham menos de 40 horas por semana.

A taxa composta da subutiliza­ção calculada pelo instituto atingiu 22% no quarto trimestre do ano, o que represento­u avanço em relação ao trimestre anterior (21,2%). No último trimestre de 2015, a mesma taxa alcançou 17,3%.

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