Relacionamento com ministro é excelente, diz presidente da estatal
DE BRASÍLIA
Uma disputa no comando do PR (Partido da República) está atrapalhando o desenvolvimento de programas para a área de aviação civil e colocou em rota de colisão o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, e o presidente da estatal de aeroportos Infraero, Antonio Claret.
Os dois fazem parte de grupos diferentes do partido, que herdou a maior parte dos cargos no setor de transportes no governo Michel Temer.
O ministro, que é deputado licenciado pelo PR de Alagoas, já informou Temer sobre os problemas para administrar a estatal, que desde o final do ano está sob o comando dos deputados do PR de Minas Gerais.
De um lado, estão os técnicos ligados ao ministro, que tentam manter o planejamento que visa tornar a Infraero rentável novamente após a privatização de cinco dos seus maiores aeroportos. A empresa perdeu receita, mas não pode cortar funcionários.
No final do ano, esses técnicos foram sendo afastados dos cargos mais relevantes da empresa e do conselho de administração, que comanda a estatal, e foram substituídos por indicados do PR mineiro.
No centro da disputa entre os dois grupos está a atual gestão da estatal. No plano da companhia, liderado pelo ministro, a Infraero criará subsidiárias, e uma delas vai gerir os aeroportos lucrativos.
Como revelou a Folha, essa empresa deverá abrir o capital na Bolsa e poderia até ampliar os limites da exploração comercial nos aeroportos em troca de novos investimentos para ampliação e manutenção aeroportuária.
Mas esse plano está sendo minado pelo grupo do PR mineiro, que pretende privati-
DE BRASÍLIA
A Infraero nega a existência de conflitos entre o presidente da estatal e o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, na condução das medidas para reestruturar a companhia e suas subsidiárias.
Por meio de sua assessoria, a estatal afirmou que seu presidente, Antonio Claret, foi indicado pelo próprio ministro zar os aeroportos mais lucrativos. No plano deles entrariam Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ), por exemplo.
Contrariando o ministro, esse grupo também conduz discussões na Infraero para a concessão do aeroporto da Pampulha, que fica em Belo Horizonte. Se for reativado, vai retirar mais passageiros de Confins, aeroporto privatizado a 30 km da capital mineira e que já enfrenta dificuldades financeiras devido à recessão.
Como domina o conselho para o cargo e que mantém com ele um “excelente relacionamento pessoal e profissional”.
Ainda segundo a assessoria, Claret conduz mudanças para tornar a empresa sustentável e “capaz de realizar investimentos com recursos próprios”. Por isso, foi encaminhado ao governo um projeto de recuperação que já está sendo analisado.
Entre as propostas, estão a de administração, esse grupo também fez outra manobra e mudou o edital de licitação da próxima rodada de concessões de aeroportos para que as interessadas na disputa tenham de antecipar a maior parte das receitas.
Com isso, retiraram da disputa grupos de menor porte que estavam interessados, mas não têm fôlego para fazer a antecipação.
Nos bastidores, os descartados afirmam que o grupo abriu negociação prévia com os futuros vencedores. criação da Infraero Aeroportos e da Infraero Serviços e a transferência da atividade de navegação aérea para o Comando da Aeronáutica.
De acordo com a estatal, as mudanças no conselho de administração foram necessárias com a saída de antigos conselheiros e “visou a representatividade e defesa dos interesses da Infraero”.
A Infraero afirma que a proposta de orçamento enviada RETALIAÇÃO A disputa tornou-se pública numa reunião no Ministério do Planejamento há cerca de duas semanas para decidir sobre o orçamento para obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Representantes da diretoria da Infraero pediram R$ 2 bilhões em verbas para obras da empresa para os próximos três anos, sem detalhar quais.
O Planejamento recusou a proposta, dizendo que esse pedido cabia à SAC (Secretaria de Aviação Civil), que, em para o Ministério do Planejamento foi de R$ 1,48 bilhão para este ano, e não de R$ 2 bilhões.
Deste total, R$ 838,3 milhões seriam para investimentos dentro da carteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O restante seria para investimentos nas empresas que administram os aeroportos de Brasília, Campinas (SP), Guarulhos (SP), Galeão (RJ) e Confins (MG) —em que a Infraero detém 49% de participação— e também para investimentos na rede de aeroportos controlados totalmente pela Infraero. (JW E DA) retaliação, não apresentou o pedido de verbas.
O PR controlou durante todo o governo dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff o Ministério dos Transportes, mas não tinha o controle de todas as estatais e autarquias ligadas ao órgão.
No governo Dilma, o partido foi afastado do comando do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), com a demissão de dezenas de servidores suspeitos de desvios de recursos no órgão.
A administração do presidente americano, Donald Trump, está buscando alternativas à OMC (Organização Mundial do Comércio) para resolver as disputas comerciais envolvendo Washington.
A medida seria o primeiro passo para os EUA se afastarem de um sistema que eles ajudaram a estabelecer há mais de duas décadas.
As autoridades pediram ao USTr (espécie de Ministério do Comércio Internacional) para propor uma lista de mecanismos legais que Washington poderia usar para impor sanções unilateralmente a países como a China.
O objetivo seria encontrar modos de contornar o sistema de disputas da OMC. Desde sua criação, em 1995, o órgão se tornou o principal palco para resolver disputas comerciais entre seus membros.
Ainda que, pelos planos da administração Trump, os EUA continuariam a ser membros da OMC, a manobra mostra como muitos integrantes do novo governo veem a instituição: uma burocracia inchada e inclinada a ir contra os interesses americanos.
Ela também indica como Trump, que prometeu seguir uma política externa com os EUA em primeiro lugar, está buscando testar uma ordem econômica global que seus antecessores ajudaram a construir e defender.
“A OMC é um desastre”, afirmou o presidente durante a campanha de 2016.
Trump tem, de modo frequente, manifestado seu desprezo por organismos e tratados internacionais —os EUA abandonaram no mês passado o acordo comercial da Parceria Transpacífico.
Parte das críticas dirigidas à OMC decorre do fato de vários membros da equipe de política comercial de Trump terem um passado na indústria do aço. No ano passado, os painéis do organismo rejeitaram medidas antidumping adotadas pelos EUA em defesa desse setor.