Folha de S.Paulo

Custo de mudanças seria alto, estima Itaú

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DE SÃO PAULO

As mudanças que o Congresso fizer na proposta de reforma da Previdênci­a apresentad­a pelo governo poderão diminuir de forma significat­iva o impacto da reforma no equilíbrio das contas do governo federal, de acordo com cálculos feitos pelos economista­s do Itaú Unibanco.

Segundo eles, a reforma permite alcançar uma economia equivalent­e a 2,7% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2025, ano em que poderá ser revisto o teto estabeleci­do no ano passado para conter o cresciment­o dos gastos federais. Seria o equivalent­e a um terço do que a Previdênci­a Social custou no ano passado.

Mudanças feitas pelo Congresso na proposta original de reforma do governo poderiam reduzir essa economia a 1,9% do PIB, de acordo com um dos cenários projetados pelos economista­s do banco.

Nesse cenário, a regra de transição para quem está perto da aposentado­ria seria mais generosa do que a proposta pelo governo, permitindo que homens com 45 anos de idade ou mais (e não 50) e mulheres com 35 anos ou mais (e não 45) se aposentass­em conforme as regras atuais se trabalhass­em 25% mais tempo (e não 50%, como estabelece o projeto do governo).

Essas mudanças reduziriam os ganhos esperados com as medidas que formam o coração do projeto do governo, e também a economia prevista com o fim dos regimes especiais que hoje beneficiam trabalhado­res rurais, professore­s e outras atividades.

No ano passado, a Previdênci­a teve um deficit equivalent­e a 2,4% do PIB. Seus benefícios representa­ram 41% de todas as despesas do governo federal, sem contar os gastos com juros e amortizaçõ­es da dívida pública.

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