ACIDENTÓDROMO
Acidentes em série que deixaram ao menos 30 feridos são os mais graves em 33 anos do Sambódromo do Rio e põem em xeque modelo grandioso de desfiles de escolas de samba num dos principais eventos turísticos do país
Alegorias criativas, fantasias luxuosas, coreografias e efeitos especiais de um trabalho artístico construído ao longo de um ano foram ofuscados no Carnaval de 2017 na Marquês de Sapucaí pela passagem de ambulâncias.
Mais do que atrapalhar os desfiles, uma série de acidentes por dois dias seguidos envolvendo carros alegóricos de escolas de samba deixaram ao menos 30 feridos no SambódromodoRio,expondofragilidades e colocando em xeque a segurança e a grandiosidade de um dos principais eventos turísticos do país.
Dois dos episódios foram classificados pela própria Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) como os mais graves “em 33 anos da existência do sambódromo” e tiveram repercussão na imprensa internacional.
Num deles, parte do carro alegórico da Unidos da Tijuca desabou, na madrugada de terça (28), derrubando destaques a 6 metros de altura e ferindo ao menos dez pessoas.
Em outro, um carro desgovernado da Paraíso do Tuiuti atropelou 20 pessoas no domingo (26). Cinco vítimas seguiam internadas no hospital. Maria de Lurdes Maura Ferreira, 58, que fraturou as duas pernas e sofreu traumatismo craniano, respirava com auxílio de aparelhos.
Na Mocidade Independente de Padre Miguel, a destaque do alto de um carro foi levada ao chão após uma alegoria quebrar. Na União da Ilha, houve perda de controle e direçãodecarroalegórico—sem feridos, mas deixando assustados foliões quase espremidos nas grades laterais.
Pesquisadores afirmam que a sequência de acidentes é um marco no atual modelo de grandes carros alegóricos, que surgiu nos anos 1980.
“Seria o momento de rever esse conceito de gigantismo do Carnaval do Rio. A insegurança está muito ligada a isso. Num Carnaval excessivamente caro, e as escolas tentandomanteresseluxodemasiado, às vezes negligenciam em outros setores”, diz o historiador Luiz Antônio Simas.
De outro lado, carnavalescos passaram a cobrar mu-