Folha de S.Paulo

SÃO PAULO Na esteira da capital, blocos ganham ruas do interior e do litoral

Ilhabela ganhou 2 festas espontânea­s além das 5 que já tinha; em Ribeirão Preto, desfile reuniu 30 mil foliões

- MARCELO TOLEDO RICARDO HIAR COLABORAÇíO PARA A EM CARAGUATAT­UBA

Alguns traziam críticas, outros só queriam mesmo celebrar a alegria. Independen­temente das motivações, assim como a capital, interior e litoral de São Paulo tiveram neste Carnaval um cresciment­o nos blocos de rua.

Cidades como São Sebastião, Caraguatat­uba, Ribeirão Preto, Bauru e São José do Rio Preto viram suas ruas, parques e praças serem tomadas por foliões até mesmo antes da data oficial da folia.

Em alguns locais, eles ocuparam o calendário antes destinado a escolas de samba e projetam um cresciment­o ainda maior para 2018.

Destino de milhares de turistas durante os cinco dias de folia, as cidades do litoral norte ganharam mais opções de blocos de rua neste ano e registrara­m maior adesão de foliões na festa. As prefeitura­s afirmam que o número de participan­tes dos blocos foi superior ao de edições anteriores.

“Bloco de rua é a maior caracterís­tica popular do Carnaval. Todas as tribos se encontram e se divertem. Neste ano tinha muito mais gente nos blocos que fui do que nos anos anteriores”, diz a professora Silvia Rodrigues, 46, que curtiu a folia em São Sebastião.

Além dos sete blocos locais, o tradiciona­l Juca Teles, de São Luiz do Paraitinga, animou o público de São Sebastião durante a folia, que foi descentral­izada pela prefeitura, com desfiles de blocos em Maresias, Cambury, Barra do Una e Juquehy.

Mesmo com o Carnaval de Paraitinga cancelado devido à crise, o Juca Teles também desfilou em sua cidade natal.

Em Caraguatat­uba, alguns blocos superaram recordes, como o Bloco das Piranhas, em que homens e mulheres desfilam com fantasias do sexo oposto. Foram mais de 30 mil foliões. “É um dos mais tradiciona­is blocos de embalo do litoral e bateu todos os recordes nesta edição”, afirmou o secretário municipal do Turismo, Cristian Bota.

A cidade teve dez blocos neste ano, um a mais que em 2016, e ainda recebeu o Maricota, de Paraitinga.

Em Ilhabela, cinco blocos desfilaria­m só no sábado, mas, com a grande procura, outros dois grupos surgiram na hora. O Bloco da Camisinha, que abriu a folia e teve como objetivo conscienti­zar o público sobre DSTs, viu seus abadás se esgotarem.

Com o sucesso, a prefeitura aumentou o período da festa e dos blocos por causa do número de participan­tes. A previsão era encerrar às 4h, mas a festa prosseguiu até as 5h. Em Ubatuba, conforme a administra­ção, também houve aumento nos blocos.

No interior paulista, Bauru, que até o ano passado contava com três blocos, teve um novo em 2017 e já há propostas para o surgimento de mais três para o próximo ano, segundo o historiado­r Henrique Perazzi de Aquino.

Membro do Bauru sem Tomate é Mixto, Aquino disse acreditar que as ruas ganharam blocos e público devido ao fato de esse modelo de festa ser popular e permitir que cada grupo se divirta à sua maneira.

“Tem de ser popular e pulverizad­o pela cidade toda. Há até um bloco na zona rural. O gostoso é que montamos tudo ao longo do ano com participaç­ão coletiva, as pessoas se sentem donas da festa. E são”, afirmou.

São José do Rio Preto também ganhou um novo bloco neste ano, que se somou aos dois já existentes. Sem desfile das escolas de samba, foram organizado­s seis cortejos nos bairros da cidade, três deles com os blocos.

Também sem escolas de samba —pelo segundo ano consecutiv­o—, a estância turística de Batatais viu o bloco Só Mais Um crescer e ganhar as ruas durante o Carnaval.

O mesmo ocorreu em Ribeirão Preto. Antes mesmo da data oficial da folia um bloco já tinha lotado ruas da cidade. O Califórnia desfilou pela primeira vez no dia 18 com a meta de reunir 15 mil pessoas. Amealhou 30 mil.

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Igor do Vale - 27.fev.2017/Folhapress Público acompanha bloco Cangoma, em Franca, no interior de SP, na segunda-feira (27)
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Marcio Coelho/Divulgação PMI Em Ilhabela, no litoral norte, foliões brincam no mar durante o bloco Banho da Doroteia

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