Ex-deputado é preso sob acusação de fazer motim no ES
Dois policiais já foram presos e outro não foi encontrado; 198 pessoas morreram entre os dias 3 e 24 de fevereiro
O capitão da reserva Lucinio Castelo de Assumção, exdeputado federal pelo PRB, se entregou na Corregedoria da Polícia Militar do Espírito Santo nesta terça-feira (28).
A Justiça Militar havia decretado sua prisão e de outros três policiais na sexta (24) sob acusação de participação no motim que paralisou o policiamento no Estado entre os dias 3 e 24. No período, segundo o Sindicato dos Policiais Civis, houve 198 homicídios.
Na segunda (27), o sargento Aurélio Robson Fonseca da Silva também se entregou. O tenente-coronel Carlos Alberto Foresti está preso desde sábado (25). Ainda falta cumprir o mandado de prisão do soldado Maxsom da Conceição.
Os quatro policiais já haviam sido indiciados pelo crime militar de revolta, que prevê de pena de 8 a 20 anos de prisão. No processo, serão analisadas provas e eles podem até ser expulsos da corporação.
No sábado, houve uma tentativa de prender o Capitão Assumção no 4º Batalhão da PM, em Vila Velha, mas o ex-deputado conseguiu fugir em meio a uma confusão no local.
Desde o início do motim, Assumção compartilhou em redes sociais cerca de 30 vídeos incentivando o movimento de familiares que bloqueou os portões dos batalhões e criticando o governo do Espírito Santo.
“A responsabilidade por esta onda de violência é do governo do Espírito Santo intransigente”, escreveu. “Familiares resistem bravamente à frente do Batalhão de Missões Especiais. Comando está ameaçando os policiais militares. Venham todos pra cá apoiar os nossos familiares”, diz outra publicação.
Já o tenente-coronel Foresti, chefe do Centro de Operações da PM , chegou a ser internado após saber que policiais haviam sido baleados na Grande Vitória. Ele ordenou que rádios fossem desligados.
O Estado já iniciou processos contra mais de 2.800 policiais —o efetivo é de 10 mil. No sábado (24) foi feito um acordo entre o secretário Júlio Pompeu (Direitos Humanos) e mulheres de policiais e elas desobstruíram os batalhões. Desde então, a atividade policial foi normalizada.