José Dirceu é condenado novamente na Lava Jato
Defesa nega acusações e ainda pode recorrer
O ex-ministro José Dirceu foi condenado pela segunda vez na Lava Jato nesta quarta (8), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A pena soma 11 anos e três meses de prisão. Ainda cabe recurso da defesa de Dirceu, que nega as acusações.
O ex-ministro está preso preventivamente há quase dois anos, desde agosto de 2015. Em maio de 2016, ele foi condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e organização criminosa pela participação no esquema de contratos superfaturados da construtora Engevix com a Petrobras.
Nesta nova acusação, Dirceu foi apontado como destinatário de propina da empresa Apolo Tubulars para que ela fosse contratada pela Petrobras, com intervenção do ex-diretor Renato Duque.
Segundo o Ministério Público Federal, a empresa pagou R$ 7 milhões em propina. Dirceu teria recebido cerca de 30% do valor.
Também foram condenados o ex-diretor Duque, por corrupção passiva, o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo Silva, por corrupção e lavagem de dinheiro, e dois empresários, por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. OUTRO LADO Em depoimento à Justiça, Dirceu negou que tenha interferido em licitações na Petrobras e disse jamais ter solicitado propina a empresários em troca de contratos.
O advogado de Dirceu, Roberto Podval, criticou a condenação. “Hoje não se julga mais os fatos e sim o nome de quem aparece na capa do processo. Estão matando o Zé Dirceu. E mais fácil matá-lo que admitir sua inocência.”
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Renato Duque, também preso preventivamente pela Lava Jato, nesta quarta. À Justiça, Duque afirmou ser inocente.
(ESTELITA HASS CARAZZAI)