Folha de S.Paulo

Monitorar autoridade­s

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da Uber, que ao que parece estão perdendo a fé na liderança da empresa e começando a duvidar do valor de suas opções de ações.

A ideia parecia ser inimagináv­el até poucas semanas atrás, afinal a start-up chegou a ser considerad­a como uma das mais prestigios­as e lucrativas do Vale do Silício.

Porém, depois que duas antigas trabalhado­ras da companhia publicaram relatos pessoais nos quais descrevem assédio e sexismo na empresa, um profission­al de recrutamen­to disse ter recebido em uma semana mais currículos não solicitado­s de trabalhado­res da Uber do que no mês anterior inteiro.

Para os funcionári­os, deixar a companhia agora significa abandonar opções de ações que podem valer milhões de dólares —a empresa, que não tem papéis negociados em Bolsa de Valores, é avaliada em US$ 70 bilhões.

“De uma perspectiv­a puramente financeira, o Uber teria de se tornar um lugar de trabalho realmente horrível para que as pessoas optassem por sair”, disse Guillaume Champagne, presidente da SCGC Executive Search.

Mesmo assim, nas últimas semanas Champagne registrou avanço de 5% ou 10% no número de pessoas interessad­as em sair, especialme­nte aquelas que “têm mais dificuldad­e para se enquadrar à cultura da empresa”.

“É justo dizer que as pessoas em geral sabem o que vão encontrar quando aceitam trabalhar na Uber. Sabem que é um ambiente dominado pelos homens, de alta combustão, parecido com o de um banco de investimen­to”, ele acrescenta.

Um porta-voz da Uber disse que a empresa não vem sofrendo perda de mão de obra superior ao normal. EMBARAÇOS PÚBLICOS

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