Folha de S.Paulo

Europeia, atrás apenas do Grupo Volkswagen.

- FERNANDO VALEIKA DE BARROS

FOLHA,

Nomes de carros conhecidos dos brasileiro­s, como Corsa, Astra e Zafira, podem voltar ao país. Contudo, a bandeira do fabricante não será Chevrolet, mas, sim, Opel.

Oficializa­da às vésperas do Salão de Genebra, na Suíça, a venda da Opel —que desde 1929 era o braço europeu da GM— para o grupo francês PSA Peugeot Citroën abre caminho para o retorno de produtos ao mercado nacional, em uma roupagem diferente.

“Estaremos atentos a oportunida­des em todos os cantos do mundo, e o Brasil se coloca entre as possibilid­ades a serem considerad­as”, disse à Folha Carlos Tavares, presidente do grupo PSA.

Entre os exemplos de modelos que poderiam desembarca­r nas concession­árias brasileira­s está o utilitário esportivo Crossland X, que substituir­á a minivan Meriva na Europa. O modelo da Opel é montado sobre a plataforma EMP2, que serve de base para o Peugeot 3008.

Esses projetos fizeram parte de parcerias pontuais entre a antiga filial europeia da GM e a PSA, acertados a par- tir de fevereiro de 2012. Foi uma tentativa de reduzir custos de desenvolvi­mento e o início de um relacionam­ento que resultou na aquisição bilionária. Caberá agora aos franceses gerenciar mais dez linhas de montagem e 36 mil funcionári­os.

A chegada de veículos Opel no Brasil não deverá ocorrer no curto prazo. “O objetivo agora é rentabiliz­ar a marca na Europa. Depois vamos levá-la a outros mercados, mas o Brasil não será o primeiro”, disse Carlos Gomes, presidente do PSA na América Latina.

“Queremos ganhar dinheiro com a Opel, mas não se alcança esse objetivo passando por mercados que encaram dificuldad­es”, diz Gomes, citando o momento atual do setor automotivo no brasileiro.

Embora a Opel viesse dando sucessivos prejuízos à GM, o grupo PSA topou pagar € 2,2 bilhões pela empresa para ser a segunda maior força VELHOS CONHECIDOS Até os anos 1990, saiu do centro de desenvolvi­mento da Opel, na Alemanha, a maior parte dos carros da Chevrolet à venda no Brasil. Opala, Chevette, Monza e Vectra estão entre os mais conhecidos.

A força dos nomes motiva os executivos. “Estudamos todas as possibilid­ades para fazermos dinheiro juntos”, disse Karl-Thomas Neumann, principal executivo da Opel.

Apesar do clima de entusiasmo, as próximas semanas deverão ser dedicadas a uma análise do que pode ser feito para consertar a Opel. Nos últimos 17 anos, estima-se que a filial europeia tenha acumulado US$ 15 bilhões em prejuízos.

“Nossa união com a Opel tem tudo para criar um campeão entre os fabricante­s de veículos”, disse Tavares, horas depois de assinar a compra da Opel. Um efeito imediato será alargar os horizontes da PSA para além da França e do sul da Europa.

Em 2016, a Opel comerciali­zou 1,18 milhão de veículos na Alemanha, na Inglaterra e na Holanda, mercados em que a participaç­ão da nova parceira é pequena.

Ex-número 2 da Aliança Renault-Nissan, Tavares tem fama de hábil para consertar empresas com problemas. Sob sua gestão, a PSA parou de perder dinheiro e redefiniu a estratégia de suas três marcas: Peugeot, Citroën e DS.

Com uma produção mais racional, foi possível planejar o lançamento de 28 produtos entre 2016 e 2020. No ano passado, o grupo francês lucrou € 2,7 bilhões. EDUARDO SODRÉ, Folha,e RODRIGO MORA, Folha

 ?? Martial Trezzini - 7.mar.17/Keystone via Associated Press ?? Chegada de veículos, no entanto, não deve ocorrer no curto prazo, pois prioridade da PSA é rentabiliz­ar marca Utilitário esportivo Crossland X, da Opel, que substituir­á a minivan Meriva na Europa e que poderá chegar ao Brasil via PSA
Martial Trezzini - 7.mar.17/Keystone via Associated Press Chegada de veículos, no entanto, não deve ocorrer no curto prazo, pois prioridade da PSA é rentabiliz­ar marca Utilitário esportivo Crossland X, da Opel, que substituir­á a minivan Meriva na Europa e que poderá chegar ao Brasil via PSA

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil