Folha de S.Paulo

19 capitais e DF têm atos contra reformas de Temer

Em SP, greve no transporte público provoca trânsito recorde para o ano

- QUINTA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 2017

Presidente diz que, se reforma da Previdênci­a for ‘modestíssi­ma’ ou não passar, será preciso corte maior no futuro

Ao menos 19 capitais e o Distrito Federal registrara­m protestos de entidades e sindicatos de diversas categorias contra as propostas de reformas trabalhist­a e previdenci­ária do governo Michel Temer (PMDB).

Batizada de “Dia Nacional de Paralisaçõ­es e Greves” pelos líderes dos movimentos, a quarta-feira (15) foi marcada por caos no trânsito resultante de interrupçõ­es no transporte público.

Em São Paulo, greves no metrô, nos trens da CPTM e nos ônibus levaram a prefeitura a suspender o rodízio de veículos durante todo o dia. O paulistano teve dificuldad­es para chegar ao trabalho.

Foram registrado­s 201 km de vias congestion­adas às 9h30, segundo a CET, o que correspond­e a 23,2% dos 868 km de vias monitorada­s e marca um recorde para o ano.

À tarde, grupos variados se reuniram na Paulista, incluindo sindicalis­tas, anarquista­s, professore­s, estudantes, representa­ntes de movimentos sociais, organizaçõ­es de defesa dos direitos LGBT e partidos de esquerda.

Além de se manifestar­em contraasre­formas,ospresente­s traziam uma pauta variada, pedindo a saída do presidente Michel Temer e a convocação de eleições diretas.

Também havia quem protestass­e contra a PM, o machismo e o preconceit­o racial.

No centro do Rio, estudantes e militantes das Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popularfec­haramaaven­idaPreside­nte Vargas.

Houve confronto com a polícia. Mascarados atearam fogo a lixo e quebraram vidros de agências bancárias, e bombas de gás lacrimogên­eo foram lançadas. CENTRAIS SINDICAIS Vagner Freitas, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhado­res), afirmou que não há hipótese de negociação com o governo federal em torno das reformas trabalhist­a e previdenci­ária.

Segundo ele, a central exporá publicamen­te todo parlamenta­r que votar contra o “interesse do trabalhado­r”.

A Força Sindical e a UGT (União Geral dos Trabalhado­res), que participar­am de paralisaçõ­es pela manhã, não comparecer­am à manifestaç­ão da tarde. A Folha apurou que as organizaçõ­es orientaram os militantes a não irem para não “fortalecer o PT”.

“Somos a favor da reforma, mas não do jeito radical do governo”, diz Ricardo Patah, presidente da UGT.

Guilherme Boulos, da coordenaçã­o nacional do MTST, disse que o governo não tem autoridade moral para tirar o direito dos trabalhado­res.

Enquanto ocorriam os protestos, Temer disse em discurso a empresário­s e servidores que a sociedade tem compreendi­do a necessidad­e de apoiar as medidas econômicas do atual governo.

“Ou fazemos uma reformulaç­ão da Previdênci­a agora, e não podemos fazer uma coisa modestíssi­ma, ou daqui a quatro e cinco anos teremos de fazer como Portugal, Espanha e Grécia, que tiveram de fazer um corte muito maior.” (ANGELA BOLDRINI, CÁTIA SEABRA, FERNANDA PERRIN, LUIZA FRANCO E GUSTAVO URIBE)

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AM MS PA RS GO PR SC TO DF SP MA MG PI BA RJ CE ES RN PE AL Ato na av. Paulista contra as reformas da Previdênci­a e trabalhist­a
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Fotos Marlene Bergamo/Folhapress O ex-presidente Lula discursa na avenida Paulista, em SP

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