PT acionará vereador ligado ao MBL
Vereador mais jovem de SP teria utilizado verba não contabilizada na campanha, diz site
O diretório municipal do PT em São Paulo pretende entrar com uma representação contra o vereador Fernando Holiday (DEM) no Ministério Público Eleitoral.
Integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), Holiday teria utilizado verba de caixa 2 de sua campanha para pagar cabos eleitorais, segundo o site “BuzzFeed Brasil”.
A reportagem obteve uma planilha com os dados de 26 pessoas contratadas por assessores de Holiday. Esses gastos não estão na prestação de contas do atual vereador na Justiça Eleitoral.
Esses cabos teriam sido pagos com dinheiro em espécie para panfletar para Holiday na região da avenida Paulista. De acordo com o site, os serviços foram negociados por Tatiane Carvalho, que já administrou a página de Holiday no Facebook.
O vereador negou que tenha havido irregularidades em sua campanha e chamou as denúncias de “calúnia”. Holiday é o parlamentar mais jovem da Câmara Municipal e o 13º mais votado em São Paulo na eleição de 2016.
O PT reúne dados publicados por essa reportagem com outras informações sobre o caso em um documento, que será encaminhado à Procuradoria Eleitoral até o final desta semana. “Há elementos mais do que suficientes para autorizar a abertura de inquérito e futura responsabilização [do vereador]”, diz o promotor José Carlos Bonilha.
Caso o Ministério Público Eleitoral denuncie Holiday pelo suposto caixa 2, a ação tramitaria na Justiça criminal.
Para ser acolhida pela Justiça Eleitoral, a acusação deveria ter sido feita em até 15 dias depois da diplomação do mandato, que aconteceu em 19 de dezembro de 2016.
Como não há lei que tipifique o crime de caixa 2, Holiday pode ser denunciado por falsidade ideológica. OUTRO LADO Em vídeo, Holiday negou ilegalidades e citou artigo 27 da lei eleitoral: “Qualquer eleitor poderá realizar gastos, em apoio a candidato de sua preferência, até a quantia equivalente a R$ 1.000, não sujeitos a contabilização, desde que não reembolsados”. A gravação foi feita em frente a prédio do Ministério Público. Segundo Holiday, ele próprio registrou pedido de investigação de sua campanha.