Folha de S.Paulo

Carta-bomba fere membro do FMI em Paris

Outro pacote explosivo foi enviado na quarta (15) para o Ministério das Finanças alemão, mas não deixou feridos

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Autoridade­s suspeitam que grupo anarquista grego Conspiraçã­o das Células de Fogo seja responsáve­l pelas ações

Uma assistente da direção do FMI (Fundo Monetário Internacio­nal) sofreu queimadura­s nas mãos e no rosto nesta quinta (16) depois de abrir uma carta-bomba na sede da entidade em Paris. Por segurança, o prédio foi esvaziado após o incidente, e policiais isolaram o local.

“Estamos diante de mais um atentado, não há outra palavra frente a uma cartabomba”, disse o presidente francês, François Hollande.

A chefe do FMI, Christine Lagarde, condenou o ataque e prestou sua “solidaried­ade aos colegas” de Paris.

A polícia francesa suspeita que o grupo anarquista grego Conspiraçã­o das Células de Fogo esteja por trás do ataque. Segundo investigad­ores, foram encontrado­s vestígios de selos da Grécia no pacote.

Foi aberta uma investigaç­ão internacio­nal para apurar o incidente.

O mesmo grupo grego reivindico­u a autoria de um evento ocorrido na Alemanha na quarta-feira (15), quando um pacote explosivo foi enviado ao Ministério das Finanças em Berlim.

O pacote, que foi descoberto no setor de correios do ministério, continha uma mistura geralmente utilizada para a produção de material pirotécnic­o, segundo a polícia.

Também foi encontrada “uma espécie de detonador”. O local foi esvaziado, e a polícia detonou o pacote em segurança.

Segundo informou a mídia alemã, o pacote seria endereçado diretament­e ao ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble. PRECEDENTE sociated Press que “é muito provável que os dois pacotes tenham sido enviados pela mesma organizaçã­o”.

Em 2010, o Conspiraçã­o das Células de Fogo enviou pacotes explosivos para líderes europeus, inclusive a chanceler alemã, Angela Merkel, e para diversas embaixadas estrangeir­as em Atenas.

Uma grande parcela da população grega tem ressentime­ntos em relação às medidas de austeridad­e impostas pela União Europeia e pelo FMI contra o país em contrapart­ida de empréstimo­s internacio­nais.

A Grécia foi um dos países europeus mais afetados pela crise financeira global de 2008, o que piorou a maioria de seus indicadore­s sociais e econômicos.

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