Folha de S.Paulo

Elizabeth 2ª assina lei que ativa ‘brexit’

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A rainha Elizabeth 2ª, do Reino Unido, assinou nesta quinta-feira (16) a lei que autoriza a primeira-ministra Theresa May a ativar o processo de ruptura com a União Europeia (UE), anunciou o presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow.

E, no mesmo dia, a primeira-ministra britânica rejeitou a vontade do governo escocês de realizar um segundo plebiscito de independên­cia antes que o Reino Unido abandone a UE, embora não tenha desconside­rado completame­nte essa situação.

A assinatura da rainha, um trâmite após a aprovação final da lei na segunda-feira pelo Parlamento, significa que May pode ativar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que dá início aos dois anos de negociaçõe­s para acertar o processo de ruptura.

May reiterou que antes de 31 de março enviará a carta ao Conselho Europeu invocando o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, conforme o resultado do plebiscito realizado em 23 de junho de 2016.

“Regressare­i a esta Câmara antes do fim do mês para notificar a minha decisão quando for ativado formalment­e o Artigo 50”, declarou aos deputados.

A UE assegurou que, no máximo de 48 horas depois de receber a notificaçã­o de saída, preparará rascunho com as principais linhas de negociação que enviará às 27 capitais europeus para seu debate em cúpula extraordin­ária sem a presença do Reino Unido e que deverá ser realizada em abril ou maio.

A tarefa se anuncia árdua, já que Londres e Bruxelas deverão se desfazer de mais de quatro décadas de relação comum, num momento em que a UE celebra seu 60º aniversári­o do Tratado de Roma. ESCOCESES “O que digo é que agora não é o momento (...) Devemos colocar toda a nossa energia nas negociaçõe­s com a União Europeia para garantir que alcançarem­os um acordo, um bom acordo para as pessoas em todo o Reino Unido”, afirmou May, sobre a intenção da Escócia.

Na segunda-feira, a chefe de governo regional escocês, a nacionalis­ta Nicola Sturgeon, anunciou que solicitará permissão ao Parlamento regional para convocar um novo plebiscito de independên­cia do Reino Unido.

Sturgeon, que deseja realizar a consulta no final de 2018 ou início de 2019, disse que Londres não tem levado em conta necessidad­es da Escócia no processo do “brexit”.

May precisa dar sua aprovação ao plebiscito e, em sua primeira reação, sem descartar explicitam­ente concedêlo, criticou os nacionalis­tas escoceses, afirmando que “a política não é um jogo”.

A demanda do plebiscito “é profundame­nte lamentável e coloca a Escócia em um caminho de maior incerteza e divisão”, acrescento­u.

No primeiro plebiscito, em setembro de 2014, os escoceses rejeitaram a independên­cia (55%-45%). Dois anos depois, votaram esmagadora­mente (62%) a favor de seguir na União Europeia, mas nacionalme­nte a saída se impôs.

Hoje há mais escoceses separatist­as do que nunca, mas eles ainda são minoria, segundo revelou pesquisa divulgada dois dias após o anúncio de Sturgeon.

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