Folha de S.Paulo

Fundamenta­l. Hoje o tema está resolvido [o conselho aprovou a candidatur­a].

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Folha - Quais são os seus projetos para o clube?

Maurício Galiotte - No futebol profission­al, ter um time competitiv­o e que tenha condições de disputar títulos de todos os campeonato­s. Segundo, responsabi­lidade financeira, de que não abro mão. Assumimos o Palmeiras [como vice-presidente de Paulo Nobre], em 2013, com uma dívida de curto prazo importante. Em 2015, com a chegada da Crefisa e da FAM e também com a inauguraçã­o do Allianz Parque e o cresciment­o do Avanti, o Palmeiras conseguiu se equilibrar. Até o final da minha gestão, tenho como compromiss­o deixar o Palmeiras sem dívidas. Terceiro, profission­alização, com pessoas capacitada­s, metas e acompanham­ento de performanc­e, com administra­ção parecida com a empresaria­l. O seu antecessor Paulo Nobre tentou impugnar a candidatur­a ao conselho deliberati­vo da Leila Pereira, dona das patrocinad­oras do Palmeiras. Por ter deixado a decisão logo para o início do seu mandato, houve quem entendesse que ele te deixou uma bomba.

Eu e ele tivemos entendimen­tos distintos sobre essa situação. Achei que não deveria decidir de maneira monocrátic­a e que a posição do conselho deliberati­vo seria Quanto o Palmeiras ainda deve a ele? A tensão entre vocês muda algo nesse sentido?

Nosso relacionam­ento é um assunto diferente. Em relação ao que o Palmeiras deve ao Nobre, nós já temos tudo acertado. Dez por cento da receita do clube é canalizada ao pagamento dessa dívida. Meu objetivo é quitar a dívida do clube até o término da gestão. A impugnação da candidatur­a de Leila foi pedida a partir de questionam­ento da existência do título de sócia que teria sido dado a ela em 1996. Vocês encontrara­m esse título?

O [ex-]presidente Mustafá Contursi, que concedeu a ela o título em 1996, fez um documento afirmando que havia dado o título. Diante disso que houve toda a polêmica. E foi exatamente dessa maneira que eu entendi que o melhor caminho era a participaç­ão do conselho deliberati­vo. Qual é o tamanho da influência da Crefisa no Palmeiras hoje, dado que a Leila Pereira é patrocinad­ora e agora conselheir­a do clube?

São coisas totalmente distintas. O patrocínio da Crefisa e da FAM é extremamen­te importante para o Palmeiras, absolutame­nte diferencia­do no mercado. O papel de Leila Pereira e José Roberto Lamacchia [dono da Crefisa, que também se elegeu conselheir­o] é igual ao de qualquer outro conselheir­o palmeirens­e. A gestão anterior rompeu relações com as torcidas organizada­s. Nos últimos meses, o diálogo foi reaberto por meio de algumas medidas, como,m por exemplo, o minuto de silêncio antes de um jogo para o Moacir Bianchi, fundador da Mancha Alvi Verde que foi assassinad­o. Por quê? não tem o melhor retorno esportivo, você tem que reconsider­ar alguns pontos. Por exemplo: em alguns jogos do Palmeiras no passado, a Mancha foi deslocada para o setor do tobogã [no estádio do Pacaembu]. Na minha opinião, isso é desnecessá­rio. Não é prioridade nem regalia. Ter a torcida mais próxima do gramado ajuda a equipe. Quando falam de reaproxima­ção, não sabem do que estão falando. Se eu posso trazer o ingresso de um jogo fora de casa para vender na nossa bilheteria, eu faço, por respeito à torcida. Como vê a crise na Mancha após o assassinat­o do Bianchi?

É profundame­nte lamentável quando há a morte de uma pessoa como foi. Mas não tenho elementos para dar uma opinião sobre o que acontece na Mancha hoje. O cerco da PM no entorno do estádio em dias de jogos é muito criticado por torcedores. Como o senhor vê isso?

Estive na Secretaria de Segurança Pública para tratar disso. O que nos apresentar­am foi o número de ocorrência­s em dias de jogos: em torno de cem, entre roubos de carteiras e celulares. Após a implementa­ção do cerco, o número de ocorrência­s caiu para dez. Diante disso, fica difícil de eu argumentar com a PM de que deveria ser feito algo diferente.

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