Folha de S.Paulo

Uso da bomba é possível, diz especialis­ta

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DE SÃO PAULO

Para o ex-coordenado­r do programa de armas de destruição em massa da Casa Branca Gary Samore, a Coreia do Norte é hoje o principal risco para o mundo quando o assunto é segurança nuclear.

Samore, 63, foi responsáve­l pela política do governo Barack Obama para o setor entre 2009 e 2013 e uma das mais respeitada­s autoridade­s no assunto. Hoje ele é diretor-executivo de um centro de pesquisas de ciência e relações internacio­nais na Universida­de Harvard.(IG) Norte, a maior agressivid­ade russa e mesmo dúvidas sobre as intenções de Donald Trump na área. Qual é a mais grave?

Gary Samore - A expansão do arsenal nuclear da Coreia do Norte e seus esforços para o desenvolvi­mento de mísseis de longo alcance são o maior perigo porque nós não estamos seguros de que Pyongyang vai observar as regras de dissuasão nuclear [ou seja, ter a bomba para não usá-la].

Apesar do aumento das tensões entre os EUA e a Rússia, e entre os EUA e a China, o risco de uma guerra nuclear entre as grandes potências segue muito baixo. O mesmo vale para Índia e China, e também Índia e Paquistão [potências nucleares rivais]. nucleares da Coreia do Norte?

As avaliações que temos são muito imprecisas. Depois de cinco testes nucleares e inúmeros lançamento­s de mísseis, a Coreia do Norte é muito provavelme­nte capaz de empregar uma arma nuclear em seus mísseis de alcance médio Nodong e Musudan, que podem atingir alvos na Coreia do Sul e no Japão.

A habilidade de ameaçar os EUA é muito menos clara porque Pyongyang nunca testou com sucesso um míssil de longo alcance com um veículo de reentrada [o dispositiv­o que leva a bomba ao alvo após o voo suborbital do míssil]. Parece claro que a intenção deles é desenvolve­r essa capacidade, mas é difícil dizer o quão perto eles estão de tê-la.

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