Folha de S.Paulo

Clássico expõe ascensão de colombiano­s no Brasil

Quatro atletas do país estarão em campo para Santos x Palmeiras

- EDUARDO RODRIGUES

PAULISTA

Aqui o jogador tem muita semelhança com o colombiano: muito alegre, tem muita qualidade e vontade de fazer as coisas da melhor maneira. Assim fica mais fácil vir aqui e fazer sucesso “

Acho que era muito importante para mim [vir para o Brasil], porque aqui posso aprender mais e vou aprender jogar quase igual se joga na Europa. Foi a melhor decisão que eu podia tomar

Irreverent­es, promissore­s e simpáticos. É dessa maneira que os colombiano­s ganham cada vez mais espaço no futebol brasileiro. Atualmente, 14 jogadores do país defendem equipes da Série A do Campeonato Brasileiro.

Neste domingo (19), quatro deles estarão em campo para o clássico entre Santos e Palmeiras, na Vila Belmiro, às 18h30, em partida válida pela nona rodada do Paulista.

Do lado palmeirens­e, o zagueiro Yerry Mina e o atacante Miguel Borja tentam quebrar um jejum de quase seis anos sem vitória alviverde no estádio rival. No período, foram nove triunfos santista e dois empates.

“É muito importante ganhar o clássico e seguir nesse caminho de vitória. Importante para a gente melhorar e seguir melhorando”, afirmou Mina, autor do gol na vitória do Palmeiras sobre o Jor-

JONATHAN COPETE

atacante do Santos ge Wilsterman­n pela Libertador­es, na última quarta (15).

Já do lado do Santos, Jonathan Copete e Vladimir Hernández precisam de um resultado positivo para aliviar a situação de sua equipe no Estadual. Na terceira posição do Grupo D, o clube está fora da zona de classifica­ção.

“Temos uma expectativ­a muito grande. Estamos trabalhand­o muito bem para fazer uma grande partida”, disse Copete à Folha.

O atacante de 29 anos foi o autor do gol da última vitória santista sobre o Palmeiras, em outubro do ano passado.

Rivalidade à parte, os atletas mantém um bom relacionam­ento fora de campo. Ainda com dificuldad­es para falar português, eles se comunicam rotineiram­ente.

“Nos falamos bastante, principalm­ente quando a gente se encontra na seleção. Jogamos videogame, muitas vezes on-line. É bom poder ter essa amizade com eles”, afirmou Copete.

Em meio a essas conversas, também aparecem os conselhos. E um deles ajudou o Palmeiras a realizar a sua maior contrataçã­o da história.

Com propostas da China e da equipe alviverde, Borja estava em dúvida sobre vir para o Brasil ou se aventurar no futebol chinês. Ele então recorreu ao seu companheir­o de ataque na seleção colombiana, que está desde maio de 2016 no Santos, para saber como era viver no país.

“Falei que era um lugar de pessoas muito boas, alegres e que querem sempre o melhor para nós”, disse.

No dia 23 de março, Mina e Borja estarão defendendo sua seleção em jogo contra a Bolívia, pelas eliminatór­ias. Copete e Vladimir Hernández foram preteridos pelo técnico José Pékerman. DANÇA E CARNE Apesar da dificuldad­e com a língua, os colombiano­s se sentem bem no futebol brasileiro. O estilo de jogo e os costumes semelhante­s ajudam na rápida adaptação.

No caso de Copete, uma coisa em especial o fez se sentir mais a vontade: a culinária. Ainda tímido para falar e sempre à procura das melhores palavras para não se complicar, ele se solta quando o assunto é churrasco.

“A carne aqui no Brasil é muito boa. Uma das melhores do mundo. Isso me impression­ou”, afirmou.

Já Mina se descontrai com a dança. Um dos mais animados do elenco, o zagueiro comemora seus gols com a Salsa Choke, um estilo musical típico do município de Tumaco, na Colômbia.

Se balançar as redes no domingo, repetirá o compatriot­a Armero. Pelo Palmeiras, o lateral esquerdo, hoje no Bahia, marcou um gol na Vila Belmiro e dançou o “armeration”, que ficou marcado na memória palmeirens­e.

“Para mim é importante, porque com isso demonstro minha alegria, a alegria da nossa equipe e a alegria de onde eu venho”, disse Mina. NA TV Santos x Palmeiras Pay-per-view

YERRY MINA

zagueiro do Palmeiras

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