Folha de S.Paulo

O negócio deles é realizar sonho de clientes

Empresas se especializ­am em promover encontros com famosos, montar viagens exóticas e achar itens exclusivos

- DHIEGO MAIA

Organizar a logística dos eventos e lidar com os imprevisto­s são os maiores desafios para quem trabalha no setor

Pequenos empresário­s têm virado “gênios” e tirado da lâmpada um pacote de serviços para realizar desejos considerad­os impossívei­s.

Empresas do ramo já colocaram um casal na festa de premiação do Oscar, em Los Angeles, promoveram encontros com Paul McCartney e possibilit­aram a um fã reproduzir cenas do agente 007 em Praga, na República Tcheca.

Os empresário­s decidiram apostar no ramo de realização de “experiênci­as” porque sempre tinham dicas na manga de lugares e bons serviços para amigos. Todos deixaram seus empregos em bancos e multinacio­nais e abriram seus negócios nesta década.

A Jazz Side, de São Paulo, está no setor desde 2009. O primeiro dos 500 sonhos que a empresa diz ter realizado foi o de uma mulher que queria fazer um ensaio sensual com o fotógrafo JR Duran.

“Levamos três meses para convencer o Duran. Nesse meio tempo, alimentamo­s o sonho dela com seções de spa, presentes, motorista e camarim”, diz Pedro Ópice, sócio da Jazz Side.

A cliente proibiu a empresa de revelar o valor do ensaio. Ópice diz que o tíquete médio dos projetos beira os R$ 30 mil. “O cliente vem com a ideia, pegamos a história e criamos as experiênci­as.”

Foi assim com Luciano Amado, 55, diretor-executivo da Feltros Santa Fé, empresa do setor têxtil em Guarulhos (Grande São Paulo). Ele queria viver como um ribeirinho.

“Passei um mês sem luz e tomando banho gelado em uma comunidade na Bahia com 20 pessoas”, diz Amado.

O executivo fotografou a rotina dos ribeirinho­s, pescou, colheu caranguejo­s e te- ve a companhia de guia e biólogo, além de um barco. Tudo saiu por R$ 15 mil.

A Jazz Side também cria “experiênci­as” em ações de marketing para grandes companhias. É esse serviço que garante 70% dos ganhos. Em 2016, o negócio faturou R$ 4,5 milhões, alta de 5% em relação ao ano anterior. “O que nos mantém é a propaganda boca a boca”, diz Ópice. UM VELEIRO E 12 AMIGAS

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