Meta do BNDES é ir de R$ 4 bi para R$ 10 bi de debêntures em 2 anos
“A meta do BNDES é passar de R$ 4 bilhões para R$ 10 bilhões o volume de debêntures (títulos de crédito corporativos e de projetos de infraestrutura) no prazo de dois anos”, diz Eliane Lustosa, diretora da área de mercado de capitais do banco.
“Estamos avançando na estruturação de debêntures nas novas concessões e em fundos de infraestrutura. Esses papeis estão na carteira do banco, e agora vamos colocar no mercado.”
Hoje, o banco de tem em seu portfólio cerca de R$ 2 bilhões de debêntures de infraestrutura, segundo Lustosa.
Outra decisão da gestão da presidente Maria Sílvia Bastos Marques é que nenhum diretor do banco participa mais de conselhos das companhias da carteira do BNDESPar (subsidiária de participações societárias).
Ainda há alguns representantes em empresas, mas o banco busca não ter mais funcionários seus nos conselhos.
“O BNDES é um importante credor, financiador, o que cria conflito de interesse.”
Ao anunciar recentemente que vai reduzir a concessão de TJLP (taxa de juros de longo prazo, hoje em 7,5% ao ano), o BNDES abriu espaço para o mercado, que o BNDESPar poderá ocupar com debêntures de infraestrutura.
“O banco poderá ficar com o mesmo percentual de dívida, mas para nós faz muita diferença a forma com que investimos. A diferença é que podemos oferecer papéis no mercado, bons projetos, criar demanda, com rating adePelo
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O BNDES está fazendo uma revolução nos processos. Quando o banco fazia sozinho, tinha mais conforto quanto ao que pedia de cláusulas. Agora, tem de compartilhar no PPI
quado e melhores garantias.”
Na área de concessões, o BNDES está fazendo “uma revolução nos processos, requisitos, de revisão do modo de operar”, diz.
“Quando o banco fazia sozinho, tinha mais conforto quanto ao que pedia de fianças, cláusulas contratuais. Agora, tem de compartilhar no PPI [Programa de Parcerias e Investimentos] com outros participantes, bancos públicos e comerciais.” BNDESPAR Sobre desinvestimento em empresas das quais participa, Lustosa não adiantou detalhes do que poderá mudar.
“Estamos definindo quais são os atributos para entrar em um projeto: tem de gerar benefício para a sociedade, melhorar o mercado de capitais, apoiar projetos de infraestrutura. Analisamos o valor justo e a liquidez da companhia”, afirma.
“A eventual saída é quan-
Além de um fundo de energia sustentável de R$ 500 milhões (leia texto ao lado), o BNDES estuda ainda com o Banco Mundial uma linha de US$ 500 milhões para aplicar em projetos de debêntures de infraestrutura também, mas não necessariamente de energia renovável.
“Estamos estruturando de forma a ter um rating comparável às NTNBs. O foco são os fundos de pensão, que hoje estão colocando tudo nesses títulos do Tesouro Nacional para fazer o casamento de ativo e passivo porque são de longo prazo.”