Isso pode ser feito com melhor gestão de pessoas, diz o representante dos criadores.
“Hoje, o agente do serviço de inspeção federal é praticamente imóvel. Ele é destinado a uma unidade [fabril] e fica lá praticamente a vida toda. Por que não criar um modelo rotativo para evitar esse vínculo?”, questiona.
Para Vacari, o poder de um mesmo agente em tantas decisões, como liberação do abate, processamento e assinatura de certificado sanitário, é excessivo.
Ele ressalva que o sistema brasileiro não é falido e até ajudou o país a exportar seus produtos para destinos como Estados Unidos, Japão e Austrália, alguns dos compradores mais exigentes do mundo. “Esse sistema nos trouxe até aqui, mas pode ser aprimorado.” AUDITORIAS Outra solução para evitar casos de corrupção como os denunciados pela Polícia Federal seria, segundo Vacari, promover auditorias.
“Será que não podemos aproveitar isso tudo para implementar um modelo novo de governança no serviço de inspeção federal? Um modelo com participação de produtores e consumidores? Um modelo que não deixe toda a responsabilidade na mão de pessoas, mas talvez de entidades?”, questiona.
Segundo o diretor-executivo da Acrimat, é cedo para estimar qual será o comportamento dos compradores e o tamanho do estrago, que terá reflexos negativos não só nos frigoríficos mas também em outros elos da cadeia, inclusive os criadores.
O caso é grave do ponto de vista sanitário, mas deve ter impacto menor na imagem brasileira do que ocorreu em 2005, com a insatisfação do mercado externo na crise de febre aftosa, diz ele.
“Lá foi mais grave. Quando há um caso de febre aftosa, é obrigatório que se comunique imediatamente a OIE (Organização Mundial de Saúde Animal). Ela suspende a emissão de certificado sanitário daquele país, ou seja, não pode comercializar. Nesse caso aqui, o comprador vai analisar”, avalia.
LUCIANO VACARI
diretor-executivo da Abrimat
talvez de entidades?