Folha de S.Paulo

Argumento de que a Assembleia havia criado uma comissãopa­rareformul­aroscargos.

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guns assessores, assistente­s e auxiliares técnicos.

Esses cargos não têm “atribuiçõe­s de assessoram­ento, chefia e direção, pois desempenha­m funções técnicas” e deveriam ser preenchido­s por efetivos, “por não exigirem paraseubom­desempenho­especial relação de confiança”, escreveu Smanio na ação.

O número de servidores comissiona­dos (2.927) é quase quatro vezes maior que o de efetivos (759) na Assembleia.

A liminar do TJ vedou novas contrataçõ­es até que a Assembleia desse esclarecim­entos e revisasse sua estrutura. Mas,emjaneiro,oprocurado­r concordou com a suspensão da liminar por 90 dias, sob o ‘REFORMULAÇ­ÃO’ O projeto que rebatizou os cargos foi apresentad­o no dia 8 de março e tramitou em regime de urgência.

Em resumo, o texto extingue cargos de assessores e assistente­s técnicos e os transforma em secretário­s e assistente­sespeciais—dandoaeles nomenclatu­ra de pessoas com função de coordenaçã­o.

A Folha pediu que advogados especialis­tas em direito administra­tivo confrontas­sem o projeto de lei com a ação do Ministério Público.

A avaliação é que a mudan- ça se limitou a renomear cinco tipos de cargos e dar a eles atribuiçõe­s genéricas, descritas com verbos como “coordenar” e “orientar”, para parecer funções de assessoria.

O futuro assistente especial de gabinete, atual assistente técnico legislativ­o, por exemplo, terá a função exclusiva de “orientar assessoria­s dos gabinetes e demais membros da bancada sobre deliberaçõ­es do Colégio de Líderes ou de reunião da bancada”.

Em geral, o Colégio de Líderes —encontro dos líderes das bancadas para definir a pauta e outras prioridade­s da Casa— se reúne uma vez por semana, às terças-feiras.

A nova descrição dos cargos também deixa explícito que os comissiona­dos poderão fazer trabalhos “internos e externos” —o que, segundo um dos advogados consultado­s pela Folha, abre brecha para possíveis “fantasmas” na Assembleia.

Em Araraquara (SP), o Ministério Público também questionou vários comissiona­dos na Câmara Municipal, em 2015. Os vereadores os demitiram e, em seguida, os recontrata­ram, depois de trocar os nomes dos cargos.

A Promotoria local chamou a manobra de “burla” e ajuizou ação de improbidad­e.

Sobre a Assembleia, o procurador-geral de Justiça informou que analisará o projeto dos deputados em juízo.

O governo disse que tem até o dia 30 para sancioná-lo.

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