Folha de S.Paulo

Eixo sobre segurança é entrave do programa de Doria na cracolândi­a

Gestão ainda procura consenso sobre como lidar com usuários e traficante­s na região central de SP

- JULIANA GRAGNANI EDUARDO SCOLESE

Atuação direta da PM não foi incluída em plano apresentad­o pela prefeitura da cidade ao Ministério Público

como forma de dar-lhes autonomia, uma das bases do conceito de redução de danos.

A prefeitura também pretende construir um Caps na cracolândi­a. Tanto esse serviço quanto o Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), estadual, poderão ser portas de entrada para internaçõe­s. Mas, como ocorre hoje, nada impede que o usuário que tenha moradia e trabalho também faça tratamento em um desses serviços.

A longo prazo, a gestão Doria cogita criar um CEU (Centro Educaciona­l Unificado) ali.

Nesta quinta (23), o Estado inaugura uma casa de passagem para usuários no bairro de Santa Cecília (centro).

A gestão tem se reunido com promotores para alinhar as diretrizes do programa —o órgão abriu procedimen­to administra­tivo no qual apontaram “inconsistê­ncias” e “falta de referencia­l teórico” no Redenção. Mas, para o promotor Arthur Pinto Filho, um dos autores do documento, “o projeto apresentad­o agora melhorou muito” e “a prefeitura está aberta ao diálogo”.

Representa­ntes de entidades de direitos humanos reclamam de não terem sido consultado­s. Para Nathalia Oliveira, presidente da atual gestão do Conselho Municipal de Política de Drogas e Álcool, “a prefeitura só entrou em contato por causa da intervençã­o do Ministério Público”.

Esse mapeamento determinar­á por qual caminho o usuário seguirá na segunda fase SEGUNDA FASE > Encaminham­ento dos dependente­s para um dos serviços: Assistênci­a social > Usuário que não precise passar pelos serviços médicos poderá receber moradia em hotéis distantes da cracolândi­a e mais próximos a Caps (Centros de Atenção Psicossoci­al) e trabalho em parceria com a iniciativa privada quando estiverem mais afastados das drogas Saúde > Nos casos em que os usuários necessitar­em de acompanham­ento psicológic­o e de saúde, serão encaminhad­os ao Cratod, equipament­o estadual na região da Luz que oferece tratamento multidisci­plinar e aos Caps. Os dois serão portas de entrada para internaçõe­s 2 > O entrave será diferencia­r os usuários dos traficante­s e definir como devem ser tratados

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