A redução no ritmo da expansão do metrô está diretamente ligada ao freio nos
DE SÃO PAULO
Apesar de o governo Geraldo Alckmin (PSDB) pretender expandir a malha metroviária em 23 km até o fim de 2018, o avanço do metrô tem investimentos e prazos aquém do que o próprio governador prometeu à população em anos anteriores, além de projetos ora abandonados.
Na campanha de 2010, quando se elegeu governador, Alckmin afirmou que até o fim do mandato, em 2014, entregaria a linha 4-amarela completa e 11 estações da linha 5-lilás —dois compromissos eleitorais frustrados.
Outro exemplo de promessa não cumprida é o monotrilho da linha 17-ouro, que ligaria o Morumbi ao aeroporto de Congonhas a tempo da Copa de 2014 no país. Agora, sua conclusão é prevista para o segundo semestre de 2019, cinco anos após o megaevento esportivo.
Esses episódios não configuram exceção. Todas as obras em andamento para expansão da rede do metrô em São Paulo têm atrasos.
A conclusão da linha 4-amarela, por exemplo, ficará para o próximo governador. A estação Vila Sônia só deve ficar pronta no segundo semestre de 2019. E não há previsão para sair do papel a parada em Taboão da Serra, que já fez parte do plano.
No caso da extensão da linha 5-lilás, iniciada com a abertura de Adolfo Pinheiro em fevereiro de 2014, o governo promete entregar até o fim do ano nove estações. Para chegar ao total de 11, restará a parada em Campo Belo, prevista para o ano que vem.
O monotrilho da linha
Linha 2 Extensão até a Dutra Promessa inicial: 2020 Previsão atual: sem prazo
Linha 4 Trecho até Vila Sônia Promessa inicial: 2014 Previsão atual: 2º semestre de 2019
Linha 5 Extensão até Chácara Klabin (11 estações) Promessa inicial: 2014 Previsão atual: 2º semestre de 2018
Linha 6 Novo ramal - Brasilândia a São Joaquim Promessa inicial: 2020 Hoje: obra interrompida, sem previsão 15-prata, importante para a zona leste da cidade, havia sido prometido para 2016, mas agora o governo Alckmin se compromete a concluir as obras de oito estações no primeiro semestre de 2018.
Há outros casos, no entanto, que não contam mais com previsão de inauguração. Prometidas para 2020, tanto a linha 6-laranja como a expansão da linha 2-verde até Guarulhos já não têm mais data certa de entrega, pois os trabalhos foram suspensos em razão de dificuldades no atual cenário econômico.
Diferentemente dos demais projetos, o monotrilho da linha 18-bronze, que faria a ligação com a região do ABC paulista, nem sequer começou. Ao apresentá-lo, em 2014, o governo estimava concluir suas obras até 2018, mas esse prazo já foi prorrogado para 2020 —e mesmo essa data já não parece viável.
Apesar de sofrerem atrasos significativos, gerando prejuízos à população, o governo ainda tem essas obras em seu radar. Não é o que acontece com outros projetos de expansão da malha metroviária que constam de documentos oficiais produzidos pelo Estado.
Estão nesse limbo, por exemplo, as linhas 19-celeste, 20-rosa e 23-magenta do metrô, cuja construção constava do Plano Integrado de Transporte Urbano 2025. CORTE NOS GASTOS
CLODOALDO PELISSIONI
secretário de Transportes Metropolitanos da gestão Alckmin (PSDB) aportes previstos pelo Estado.
No plano plurianual para o período de 2012 a 2015, a gestão Alckmin prometia um investimento significativo no transporte sobre trilhos: R$ 45 bilhões, valor que incluía R$ 13,4 bilhões de recursos privados (caso da construção das linhas 6-laranja e 18-bronze, por exemplo).
Dos R$ 31,7 bilhões de responsabilidade estatal, contudo, apenas R$ 19,7 bilhões foram efetivamente gastos no período —62% do total.
“Ninguém sabe por que o critério da Secretaria do Tesouro Nacional para nota de crédito é do jeito que é, e não conseguimos financiamento. Então como é que eu vou tocar linha nova sem recursos?”, questiona Clodoaldo Pelissioni, secretário de Transportes Metropolitanos.
“Como é que eu vou tocar linha nova sem recursos?