PAULISTA Pedrinho, 18, faz seu 1º jogo como titular do Corinthians
A ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem), órgão federal de combate ao doping atrelado ao Ministério do Esporte, passa nesta semana por uma auditoria da Wada (Agência Mundial Antidoping).
Três oficiais enviados pela organização que regula o controle antidoping em nível mundial vão verificar a aplicação de padrões técnicos internacionais previstos no Código Mundial Antidoping.
A atitude também evidencia uma insatisfação da agência internacional com a conduta apresentada pela entidade brasileira, que foi criada em novembro de 2011.
O procedimento é raro e só havia sido executada com a Rússia, cujo esporte está fustigado por recorrentes casos e denúncias de doping, e o Quênia, outro país na alça de mira da agência mundial.
A federação russa de atletismo está descredenciada pela IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo) desde o final de 2015 e foi banida da Rio-2016.
O Brasil não passa por situação tão delicada quanto à russa, mas convive há meses com um quadro difícil em relação ao combate ao doping.
A ABCD está descredenciada pela Wada desde novembro por não estar em conformidade com o código mundial, e reduziu seu número de testes antidoping, principalmente aqueles fora de competição. Por isso, a agência mundial resolveu intervir.
Três integrantes da comissão de conformidade chegaram a Brasília nos últimos dias para verificar se a ABCD cumpre recomendações e os padrões em áreas de gestão de resultados e procedimentos técnicos. Também para identificar se todas as regras do Código Mundial Antidoping têm sido respeitadas no país. A Wada confirmou a auditoria à reportagem.
A comitiva da agência antidoping ainda quer saber se normas de testes e investigações estão de acordo com o que a entidade preconiza.
Outra preocupação é averiguar se a ABCD tem cumprido a norma internacional para conceder Autorizações de Uso Terapêutico. Essas autorizações permitem que atletas consumam substâncias que constam da lista proibida da Wada mediante autorização médica –serviriam para um tratamento de doença crônica, por exemplo.
O trabalho da comitiva da agência mundial deve durar cerca de uma semana.
A Folha apurou que serão feitas entrevistas com funcionários das áreas operacionais da ABCD, mas de maneira isolada. Não foi permitido, por exemplo, que integrantes da chefia da autoridade nacional participem dos questionamentos.
Após as conferências, a comitiva da Wada fará recomendações ao conselho da entidade a respeito da conformidade da ABCD a suas regras. O crivo ou não pesará na situação da agência, que tenta voltar a ser credenciada. TRIBUNAL Outro questionamento da Wada à ABCD diz respeito à composição do Tribunal de Justiça Antidopagem, criado no final do ano passado para unificar e acelerar a tramitação de casos positivos – até então, os julgamentos de cada modalidade eram realizados pelo seu respectivo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).
Cinco dos integrantes do tribunal único brasileiro têm ou tiveram recentemente ligação com confederações ou outros tipos de entidades esportivas, o que a agência mundial desaconselha.
O presidente do tribunal, Luciano Hostins, por exemplo, é responsável jurídico da Confederação Brasileira de Triatlo, integra o STJD do judô e trabalhou para a confederação nacional de ciclismo.
Enquanto descredenciada pela Wada, a ABCD não pode atuar como autoridade de testes antidoping. Ou seja, ela não tem autorização para requisitar exames diretamente. Assim, os testes em atletas brasileiros têm cabido sobretudo às federações internacionais de cada esporte. Jogador foi dispensado do São Paulo aos 15 anos
Com a classificação para as quartas de final do Campeonato Paulista garantida, o técnico Fábio Carille irá aproveitar as três últimas rodadas da primeira fase para testar jogadores pouco utilizados durante o início da temporada.
Quem se deu bem com a iniciativa do treinador foi Pedro Victor Delmino da Silva, conhecido como Pedrinho.
Nascido em Maceió (AL), o meia-atacante de 18 anos terá a sua primeira chance como titular da equipe nesta quinta-feira (23) contra o Red Bull, às 17h, no Itaquerão.
No último confronto, contra a Ferroviária, jogou apenas 25 minutos após sair do banco de reservas.
Embora hoje esteja no clube alvinegro, a sua história no futebol profissional poderia ter início em um rival próximo: o São Paulo.
Antes de chegar ao Corinthians, Pedrinho passou pelo CRB, de Alagoas, e pelo Vitória, da Bahia, de onde foi dispensado. Ficou parado por quase quatro meses.
Aos 15 anos, tentou a sorte na equipe tricolor paulista, mas o seu desempenho não agradou à comissão técnica e sua passagem pelo clube durou apenas três dias.
O garoto pensou em desistir, até que o Corinthians lhe deu uma oportunidade.
Dessa vez, não a desperdiçou. Acabou se tornando uma das maiores apostas do Corinthians nos últimos anos.
Líder em assistência da Copa São Paulo pelo clube alvinegro, Pedrinho ganhou o prêmio de melhor jogador da competição.
A diretoria já trabalha na renovação de seu contrato, que deve aumentar a multa rescisória de R$ 40 milhões para R$ 100 milhões.