Folha de S.Paulo

Entidade critica ações contra jornal do ES

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DE SÃO PAULO

A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) condenou, nesta quinta (23), as ações em série que foram movidas contra o jornal “A Gazeta”, de Vitória, após a publicação de uma charge sobre a polícia.

Policiais militares ajuizaram cinco ações —quatro na região metropolit­ana de Vitória e uma em São Mateus, no norte do Espírito Santo— pedindo indenizaçã­o por danos morais e a retirada da charge do ar.

“Ao pulverizar ações por diversas comarcas, [...] os autores supostamen­te ofendidos parecem mais empenhados em intimidar ‘A Gazeta’ e dificultar a sua defesa do que exigir de fato algum tipo de reparação”, diz nota da entidade.

Para a ABI, as “ações judiciais orquestrad­as” ameaçam a liberdade de imprensa e o direito de crítica garantidos na Constituiç­ão.

Na charge, dois personagen­s, um vestido de bandido e outro de policial, conversam, sob os dizeres “Carnaval 2017”. O personagem vestido de bandido diz: “Calma! Eu sou um policial fantasiado de ladrão”. O outro responde: “E eu, um ladrão fantasiado de policial. É um assalto!”

O desenho foi publicado em 18 de fevereiro, quando a PM estava em greve.

Outras entidades, como a ANJ (Associação Nacional de Jornais), também já manifestar­am “preocupaçã­o” com os processos em série contra o jornal.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou nesta quinta-feira (23) ao comando do Partido dos Trabalhado­res que não se candidatar­á à presidênci­a da sigla.

O petista chegou a autorizar a articulaçã­o em torno de seu nome, mas voltou atrás.

A decisão de Lula foi tomada depois de reunião com uma comissão de petistas.

Prevaleceu, segundo presentes, a opinião da assessoria jurídica do ex-presidente e de diretores do Instituto Lula, que não queriam que ele se candidatas­se ao posto.

O recuo de Lula abre uma disputa na corrente CNB (Construind­o um Novo Brasil), maior força interna do PT. Dirigentes da CNB tinham lançado o nome do tesoureiro nacional do partido, Márcio Macedo, para o cargo.

Pelo acerto, o atual presidente do PT de São Paulo, Emidio de Souza, ocuparia a tesouraria do partido.

Um grupo, porém, abriu uma dissidênci­a e passou a trabalhar pelo ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha.

A avaliação foi a de que Padilha teria maior musculatur­a para enfrentar a candidatur­a do senador Lindbergh Farias (RJ), que hoje está em plena campanha. PLANALTO No domingo (19), em um ato no sertão da Paraíba, Lula se lançou na arena eleitoral de 2018 e denunciou publicamen­te uma articulaçã­o para impedir que ele volte a se candidatar ao Planalto.

Lula é réu em cinco ações penais —três em decorrênci­a da Lava Jato, uma pela Operação Zelotes e uma pela Operação Janus— e apareceu nos pedidos de abertura de inquérito da última lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em decorrênci­a da delação de executivos da empreiteir­a Odebrecht. GREVE GERAL Em nota divulgada nesta quinta, o comando do PT afirmou que se empenhará na realização de greves gerais, caso seja essa a orientação dos movimentos sociais.

“Se assim for decidido por esses movimentos, os petistas estarão dedicados ao máximo, em suas áreas de atuação, para organizaçã­o de greve geral contra as reformas trabalhist­a e previdenci­ária.”

De acordo com a nota do partido, “permanecem na ordem do dia, cada vez mais com intensidad­e, a necessidad­e de denunciar os abusos cometidos pela Operação Lava Jato e sua natureza arbitrária, a solidaried­ade aos companheir­os injustamen­te presos e a defesa do ex-presidente Lula contra as tentativas de afastá-lo arbitraria­mente da disputa eleitoral”. IMPEACHMEN­T Após participar da reunião com a Executiva do PT, o coordenado­r nacional do MST (Movimento dos Trabalhado­res Rurais Sem Terra) João Paulo Rodrigues afirmou que uma greve geral deverá ser convocada para a semana do dia 17 de abril.

A data coincide com o aniversári­o de um ano do impeachmen­t da ex-presidente Dilma Rousseff. Na nota divulgada nesta quinta, o PT descreve o cenário como propício para o fortalecim­ento da oposição no Brasil.

Essa convicção parte, conforme a nota do PT, da liderança de Lula nas pesquisas sobre a disputa em 2018. (GABRIELA SÁ PESSOA)

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Marlene Bergamo - 19.mar.2017/Folhapress Lula, que foi presidente do Brasil de 2003 a 2010, em evento político em trecho da transposiç­ão do rio São Francisco

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