Folha de S.Paulo

Governo acena com garantia para trabalhado­r terceiriza­do

Temer e aliados articulam aprovação de outro projeto sobre o tema no Senado

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Ideia é combinar pontos dos dois projetos para reduzir desgaste com lei da Câmara, que protege menos os terceiriza­dos

Por ter uma função especializ­ada, ele pode ser terceiriza­do. Ele continua tendo carteira assinada e direitos trabalhist­as, mas com a prestadora de serviços, e não com a montadora A montadora não pode tratá-lo como empregado, ou seja, direcionar seu trabalho, controlar suas faltas ou a sua jornada de trabalho

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse que a Casa irá votar o segundo projeto nos próximos dias. “Vai ser o projeto para complement­ar, se for o caso, o projeto na Câmara, porque o Senado é a Casa revisora.”

Otextovota­donaquarta­foi desengavet­adopelopre­sidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como forma de driblar a resistênci­a dos senadores de aprovarem a regulament­ação da terceiriza­ção.

Apresentad­o pelo então presidente FHC em 1998, esse projeto fora aprovado na Câmara e modificado no Senado na época, precisando apenas de uma nova votação dos deputados para ir à sanção.

A principal medida do projetoéli­berarasemp­resasaterc­eirizar qualquer área de sua produção, incluindo aquelas diretament­e relacionad­as à “atividade-fim”, o que vinha sendo barrado por jurisprudê­nciadaJust­içadoTraba­lho. DISPUTA Oposicioni­sta de Temer, o relator da proposta no Senado, Paulo Paim (PT-RS), tem insistido no veto à terceiriza­ção da atividade-fim.

“Espero votar, no mais tardar, na quinta (30). É possível que possamos votar antes da sanção, para dar oportunida­de ao presidente de vetar aquele [aprovado pela Câmara] e sancionar esse.”

Representa­ntes do Planalto, Eunício e Maia participar­am das negociaçõe­s para acertar a aprovação dos dois projetos a tempo de Temer poder escolher os pontos que pretende validar.

A Folha apurouqueu­mdeles é relativo à exigência de retenção,pelaempres­aquecontra­ta os serviços, de tributos que devem ser recolhidos à União. Isso para evitar eventuais calotes de terceiriza­das ao governo. O ponto está no projeto que o Senado votará.

A liberação para a terceiriza­ção ampla faz parte de uma ofensiva do governo para aprovar reformas no Congresso Nacional, o que inclui vários pontos de interesse do empresaria­do. A principal delas é a da Previdênci­a.

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