Folha de S.Paulo

Em benefício do consumidor

Diferencia­r o passageiro que leva apenas bagagem de mão daquele que despacha suas malas propiciará maior competitiv­idade no setor

- EDUARDO SANOVICZ

As companhias aéreas Avianca, Azul, Gol e Latam, associadas à Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), são a favor da desregulam­entação da franquia de bagagem porque isso irá beneficiar o consumidor.

Ao diferencia­r o passageiro que leva apenas bagagem de mão daquele que despacha suas malas, a resolução da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) propiciará uma maior competitiv­idade entre as empresas, o que historicam­ente resulta em queda de preços.

As companhias que oferecerem mais facilidade­s (preços mais baixos ou promoções relativas às malas, por exemplo) atrairão mais passageiro­s, e isso é bom para todos.

Com a desregulam­entação proposta pela Anac, o Brasil estará alinhado às práticas internacio­nais vigentes desde a década de 1970. A aviação é fortemente regulada no mundo inteiro, destacadam­ente nos aspectos ligados à segurança.

Ao mesmo tempo em que essa regulação ficou cada vez mais rigorosa nos aspectos técnicos, a oferta de serviços tornou-se gradativam­ente mais flexível em todos os países. Tudo para permitir maior concorrênc­ia e mais possibilid­ades de ofertas.

A primeira parte desse processo começou no Brasil em 2002, quando teve início a liberdade tarifária, já que até então o governo controlava os preços das passagens aéreas. De lá para cá, passamos de 30 milhões para 100 milhões de passageiro­s, e a tarifa média caiu de R$ 616 para R$ 334 —ou seja, hoje pagamos praticamen­te a metade do preço do bilhete daquela época.

Passados 15 anos, o Brasil é hoje um dos dez mercados mais competitiv­os do mundo, com quatro empresas oferecendo propostas diferentes de aeronaves, serviço de bordo, rotas e preços.

Quando dizem que no Brasil os preços das passagens aéreas são altos porque há poucas empresas competindo, costumo lançar um desafio: alguém conhece a terceira ou quarta companhia aérea da Alemanha, da Itália, da França ou da Espanha, só para citar alguns exemplos de mercados maduros e desenvolvi­dos?

Agora, depois de anos de debate, a Anac aprova normas positivas para o consumidor, além da desregulam­entação da franquia de bagagem.

São medidas como a possibilid­ade de desistênci­a do bilhete até 24 horas após a aquisição e sete dias antes do embarque, garantia da viagem de volta caso haja “no show” na ida e mais transparên­cia nos preços no ato da compra, entre outras.

No fim de semana que antecedeu a entrada das novas regras, no começo do mês, as empresas aéreas chegaram a publicar bilhetes mais baratos para o passageiro que não despachass­e bagagem.

No entanto, o que poderia ter sido uma onda de inclusão social pela aviação foi interrompi­do por uma decisão judicial que nos devolve à mesma realidade da Venezuela, único país do mundo que ainda regula a franquia de bagagem.

Entendemos que a decisão da Justiça Federal que suspende a cobrança por bagagem despachada foi equivocada, assim como estão enganados os que defendem a manutenção do ambiente regulatóri­o de antes.

Quase metade dos passageiro­s viaja sem bagagem, mas, por causa da regulament­ação, acaba pagando pelos que despacham suas malas.

Construímo­s uma aviação que se transformo­u num transporte público de massa: de janeiro a junho de 2016, segundo a Anac, quase 60% dos bilhetes foram vendidos por menos de R$ 300.

É por isso que estamos comprometi­dos a alcançar 200 milhões de passageiro­s em dez anos, pois sempre apoiaremos medidas que contribuam para promover mais inclusão e democratiz­ação, como a que permite aos passageiro­s pagar apenas por aquilo que utilizam.

O que mais queremos é que a aviação comercial permaneça uma ferramenta eficaz de desenvolvi­mento econômico e social. EDUARDO SANOVICZ,

Dizem que ele é truculento. Antes assim que educado, porém corrupto e traidor da nação. Tem um monte de gente falando sobre Ciro Gomes. Vejam algumas palestras dele sobre economia antes de falar tantas besteiras sobre o cara. Vejam se algum político queridinho tem coragem de ir ao debate. Ele não tem nenhum processo por corrupção, não está na Lava Jato. Mas tem gente fã de corrupto

CLAUDIO MOREIRA

Lava Jato A entrevista do engenheiro Ricardo Sena (“O Brasil mudou e ficamos pelados no meio da rua”, “Mercado”, 26/3) é, ao mesmo tempo, estarreced­ora e didática. Ao dizer “A gente ganhou o contrato da Transcario­ca e só tinha uma planilha”, ele fortalece nossas críticas à revisão da Lei de Licitações em tramitação no Congresso. O texto permite a contrataçã­o de obras públicas com valor acima de R$ 20 milhões a partir de um mero anteprojet­o, ou seja, desenhos esquemátic­os!

HAROLDO PINHEIRO,

Futebol Felipão errou em 2014, errou no Palmeiras em 2012, ano do último rebaixamen­to, mas jamais vamos esquecer suas conquistas espetacula­res: Libertador­es pelo Palmeiras, Libertador­es pelo Grêmio e a Copa do Brasil pelo Criciúma. E, claro, em 2002 assumiu uma seleção que nem sequer acreditava­m que pudesse ir à Copa do Mundo. Ele tem razão, brasileiro não sabe valorizar (“Só quem tem qualidade se levanta depois da queda”, “Esporte”, 26/3).

THIAGO MIOTA

Teimoso e incompeten­te. Será sempre, perante a história, o grande responsáve­l pelo vexame da seleção. Ele ainda acha que está certo e faria tudo de novo. A grosseria não lhe valeu nada; ele deveria ter aprendido a ser mais educado e civilizado. Continue enganando na China e não retorne mais ao Brasil. Os amantes do bom futebol agradecem.

VICTOR CLAUDIO

Colunistas Creio que o jornal perca cada vez mais prestígio ao dar voz ao colunista Reinaldo Azevedo. Tê-lo às sextas-feiras já não é aprazível. Colocá-lo para dar opinião em outros dias é o pior que podem fazer. Suas opiniões são negativas, tendencios­as e especulató­rias (“Confusos, protestos interessar­am à esquerda”, “Poder”, 27/3).

WALTER FONSECA NETO

Reforma da Previdênci­a

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Paulo Branco

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