General que conseguiu enquadrar a linha-dura
FOLHA
O general Zenildo Lucena assumiu o Ministério do Exército em outubro de 1992, quando a jovem democracia brasileira passava pelo seu primeiro teste de fogo.
Fernando Collor, primeiro presidente eleito por voto direto desde o golpe militar, havia sido afastado do cargo.
A linha-dura farejou o vácuo de poder e voltou a se agitar nos quartéis. O deputado Jair Bolsonaro defendeu o fechamento do Congresso e o retorno ao regime autoritário.
A conspiração foi cortada na raiz. O general Zenildo enquadrou os golpistas, exigiu respeito à hierarquia e garantiu o apoio da caserna ao no- vo governo de Itamar Franco.
Sua atuação firme foi reconhecida, e ele permaneceu no cargo após a posse de Fernando Henrique Cardoso.
No governo tucano, Zenildo voltou a demonstrar talento para controlar crises. Deu aval à Lei dos Desaparecidos Políticos e ao pagamento de indenizações a famílias de vítimas dos porões da ditadura.
Também apeou um torturador do cargo de adido militar em Londres e apoiou a criação do Ministério da Defesa, que subordinou as três Forças à autoridade civil.
No primeiro volume dos “Diários da Presidência”, Fernando Henrique exaltou a competência e a lealdade do oficial. “É discreto, democrata, tem comando e tranquiliza a retaguarda do Exército”, escreveu o ex-presidente.
O general morreu neste domingo (26), aos 87 anos. Deixa a mulher, Maria Edith, duas filhas e cinco netos. coluna.obituario@grupofolha.com.br
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