Folha de S.Paulo

TRIO WANDERER

- AVALIAÇÃO

“A rotina esgota a paixão”, diz o pianista Vincent Coq, figura central do Trio Wanderer, que abre a temporada anual da Sociedade de Cultura Artística nesta terça-feira (28), na Sala São Paulo.

Há 30 anos que o grupo de câmara francês empresta o nome de uma fantasia (composição que se aproxima da improvisaç­ão) do austríaco Franz Schubert (1797-1828).

“Wanderer”, a obra, é conhecida por sua exigência técnica. Mas, para o músico, não basta a habilidade para tocar uma peça complicada; é também necessária a capacidade de manter o grupo coeso. “É muito importante dar liberdade a cada integrante e que cada um tenha uma atividade fora do grupo”, afirma.

Ele lembra que, quando ainda era um jovem estudante, ouviu do pianista norteameri­cano Leon Fleisher: “Sabe, para um músico, a coisa mais importante é experiênci­a, musical e de vida”.

Seguindo o conselho, Coq e seus companheir­os, o vio- loncelista Raphaël Pidoux e o violinista Jean-Marc Phillips-Varjabédia­n, dão aulas e mantêm projetos paralelos.

“Tocar em um grupo não é entrar para o monastério”, diz, rindo. “Você tem que estar livre, senão morre.”

Para os concertos que farão em São Paulo, nesta terça e na quarta, os veteranos franceses planejam dois repertório­s, um para cada dia.

O primeiro traz peças para piano de Beethoven (17701827), Schubert e Tchaikovsk­y (1840-1893) —a maior parte das cerca de 40 composiçõe­s diferentes que tocam a cada ano é do século 19.

“O repertório voltado ao piano é muito concentrad­o nesse período, pois todos esses grandes compositor­es, como Chopin, Listz, Brahms, e até mesmo Beethoven, eram pianistas”, explica Coq. “O público sempre espera que a gente toque obras-primas, porque sempre são bonitas de ouvir.”

Para o pianista, mais do que garimpar obras contemporâ­neas, é importante trazer à tona composiçõe­s desconheci­das, “independen­temente de quando elas surgiram”.

É o que propõe na apresentaç­ão seguinte, quando o trio desvenda a energética op. 120 QUANDO ter. (28) e qua. (29), 21h; ONDE Sala São Paulo, praça Júlio Prestes, 16, tel. (11) 3367-9500 QUANTO De R$ 50 a R$ 255 pelo ingressora­pido.com.br ou na bilheteria da casa CLASSIFICA­ÇÃO livre Todos os concertos acontecem na Sala São Paulo; mais informaçõe­s em: www.culturaart­istica. com.br/espetaculo­s

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Thomas Dorn/Divulgação Jean-Marc Phillips-Varjabédia­n, Vincent Coq e Raphaël Pidoux, integrante­s do grupo de câmara que vem a São Paulo

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