Contra rombo, governo tira benefício fiscal de empresas
Fim de incentivo cobriria 14% dos R$ 58 bi; 55% viriam de bloqueio de despesas
Para conter o rombo nas contas públicas, o presidente Michel Temer decidiu acabar com benefícios fiscais concedidos a vários setores empresariais e bloquear R$ 32 bilhões do Orçamento deste ano.
Reavaliação das projeções orçamentárias indicou que a lenta recuperação da economia fará as receitas do governo crescerem menos que o esperado, elevando o deficit em R$ 58 bilhões.
A meta fixada pelo Orçamento é reduzir o saldo negativo para R$ 139 bilhões neste ano, o equivalente a 2% do PIB. Para impedir rombo maior, o governo quer obter cerca de R$ 26 bilhões com receitas extras.
O fim das desonerações da folha de pagamento de 56 setores deve arrecadar até R$ 8 bilhões. Além disso, um aumento do PIS/Cofins sobre operações de crédito de cooperativas geraria R$ 1 bilhão.
Nas últimas semanas, a equipe econômica chegou a projetar um bloqueio menor no Orçamento, de R$ 20 bilhões, o que obrigaria o governo a promover um aumento maior de impostos para cobrir a diferença.
Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, resistiram à ideia, sob pressão de empresários e com receio de que a medida afetasse a popularidade do presidente. Em R$ bilhões Contingenciamento de despesas Recursos associados a depósitos judiciais Receita com o fim das desonerações que beneficiam a indústria
Aumento de PIS/ Cofins em operações de crédito de cooperativas