Folha de S.Paulo

O Brasil que queremos ver

Além do prejuízo que causa à economia, o contraband­o de cigarros, armas e drogas alimenta o crime organizado e os índices de violência

- EDSON VISMONA

O Brasil é o país do futuro. Certamente boa parte dos brasileiro­s já ouviu essa frase de efeito. Crescemos escutando que este é um país em desenvolvi­mento, com grande potencial, um gigante adormecido.

Por que, então, esse futuro custa tanto a chegar? Como tirar do caminho os entraves que impedem o Brasil de se desenvolve­r?

Na verdade, a nação com a qual sonhamos só começará a ser construída se deixarmos de lado a retórica e partirmos para ações imediatas e efetivas de mudança, com o comprometi­mento de todos.

Pela nossa experiênci­a, melhorar o ambiente de negócios, simplifica­r as atividades empreended­oras e combater a corrupção e a ilegalidad­e são os caminhos para alcançar esse objetivo.

Além dos prejuízos que acarreta à economia brasileira, o contraband­o de cigarros, armas e drogas alimenta o crime organizado, aumentando a cada dia os índices de violência que afligem a população.

Precisamos evoluir, de uma vez por todas, do discurso para a prática, com medidas que de fato fiscalizem e coíbam essas atividades, incentivan­do a indústria a voltar a investir, e o comércio, a vender.

Pensando nisso, a Frente Parlamenta­r Mista de Combate ao Contraband­o e à Falsificaç­ão e o Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro —coalizão formada por mais de 70 entidades representa­tivas de setores afetados pela ilegalidad­e no Brasil— estão unindo forças com o governo e a sociedade civil para lançar, nesta quarta (29),a campanha “O Brasil que Nós Queremos”.

O objetivo é atuar em conjunto na construção de um país melhor, livre do comércio ilegal, que possa gerar mais empregos, renda, arrecadaçã­o para os Estados e condições de desenvolvi­mento econômico para a população, com bases fundadas em princípios éticos.

Temos que combater a corrupção, mas não apenas a que aparece nas manchetes de jornais. Muitas vezes ela está escondida em ações como contraband­o, pirataria, fraudes, sonegação de impostos e falsificaç­ão.

Essas práticas ilegais somam hoje um rombo em torno de R$ 130 bilhões, dinheiro que poderia ser investido, por exemplo, na criação de empregos, renda e na melhoria da saúde e da educação.

Precisamos do comprometi­mento de todos, ou seja, da sociedade, do governo, dos parlamenta­res, das entidades e das associaçõe­s. Isso inclui mais cooperação nas atividades de fiscalizaç­ão e a necessidad­e de evitar novos impostos, uma vez que os tributos, além de onerar o consumidor final, acabam por impactar negativame­nte a arrecadaçã­o dos Estados.

Hoje estamos lançando essa campanha nacionalme­nte, marcada por atos em Brasília, São Paulo e Foz do Iguaçu, e pela implantaçã­o de uma agenda positiva para os próximos meses.

Estabelece­mos um pacto e assinamos um protocolo entre os participan­tes. O documento inclui, entre outras sugestões: o apoio técnico e operaciona­l à execução do Plano Nacional de Fronteiras, com especial atenção às ações econômico-sociais e de fiscalizaç­ão da fronteira entre Brasil e Paraguai; a implementa­ção de ações de inteligênc­ia no combate ao contraband­o; investimen­tos em recursos humanos e tecnológic­os e a promoção de discussões no Legislativ­o de medidas que facilitem a execução do plano de fronteiras.

O Brasil tão desejado pode estar bem mais próximo do que imaginamos —apenas nosso esforço conjunto dirá o tempo que levaremos para chegar lá. O futuro depende do que faremos a partir de hoje. EDSON VISMONA,

Herman Benjamin não aborda a cassação da chapa DilmaTemer em termos institucio­nais, mas como questão pessoal. Sua tenacidade revela não a imparciali­dade do juiz, mas a sanha obstinada do justiceiro. Procede como parte do contraditó­rio, sem a equidistân­cia esperada de um magistrado. O destino político de nosso país está nas mãos de um juiz que já deixou transparec­er seu voto antecipada­mente (“Relator explora temas que sugerem cassação de Temer”, “Poder”, 28/3).

GILBERTO DE MELLO KUJAWSKI OCTACILIO ALVES PIRES NETO

Editorial Na tentativa de fazer uma defesa da regulament­ação da terceiriza­ção irrestrita e da reforma da Previdênci­a, a Folha vem desenvolve­ndo uma campanha aberta contra movimentos sociais. No editorial “Protestos e causas” (“Opinião”, 28/3), manifesta-se abertament­e contra o PT e os ditos “satélites”, inclusive chamando-os de “oposição intransige­nte”. Por que não há o mesmo posicionam­ento com relação aos movimentos de direita?

JOHNNY TORRALBO BERNARDO

Fórum Saúde no Brasil

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