Folha de S.Paulo

Deputados do PSDB impõem 4 condições para apoiar reforma

Regra de transição para todos e idade mínima de aposentado­ria distinta para trabalhado­r rural e urbano são algumas das exigências

- LAÍS ALEGRETTI RANIER BRAGON

Menos de uma semana após recuo de Michel Temer na reforma da Previdênci­a, deputados do PSDB, principal aliado do Palácio do Planalto, definiram quatro mudanças que consideram imprescind­íveis para apoiar a proposta do governo.

As condições dos deputados do PSDB vêm sendo conversada­s inclusive com a bancada do partido no Senado.

Entre oito pontos que consideram questionáv­eis, eles elegeram quatro.

Os tucanos querem uma regra de transição para todos os que estão no mercado de trabalho hoje. A ideia é estabelece­r um pedágio proporcion­al ao tempo de contribuiç­ão acumulado, com diferencia­ção para trabalhado­res rurais e professore­s.

A proposta também prevê regras de transição com escaloname­nto diferente para homens e mulheres. O pedágio exigido varia de 20% a 80% do tempo restante para a aposentado­ria.

O texto original do governo prevê uma regra de transição para mulheres a partir dos 45 anos e homens a partir dos 50 anos, com a exigência de um pedágio de 50% do tempo que falta para a aposentado­ria.

Os deputados do PSDB também exigem uma diferença na aposentado­ria rural e admitem inclusive a revisão da idade mínima proposta para esse público.

No texto de Temer, trabalhado­res rurais e urbanos têm a mesma regra de acesso à aposentado­ria: idade mínima de 65 anos e pelo menos 25 anos de contribuiç­ão.

Os tucanos também querem permitir que as pessoas possam receber aposentado­ria e pensão ao mesmo tempo, desde que o valor não ultrapasse o teto do INSS.

Para o benefício pago a idosos e pessoas com deficiênci­a pobres, o BPC (Benefício de Prestação Continuada), o PSDB vem defendendo que as regras sejam mantidas como são hoje: idade mínima de 65 anos para os idosos e benefício no valor de um salário mínimo.

O texto do governo prevê aumento dessa idade para ao menos 70 anos, além da desvincula­ção do salário mínimo.

“São pontos de que não abrimos mão”, disse, após reunião com o governo, o deputado Eduardo Barbosa (PSDBMG), um dos três tucanos na comissão que discute o tema. “Se essas mudanças forem feitas, é possível defender o texto. Ou então pode esquecer.” que haveria prazo de seis meses para que os Estados fizessem suas reformas da Previdênci­a, o relator do tema, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), afirmou que não há “definição a respeito desse assunto”.

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