Folha de S.Paulo

Criou orquestras e escolas de música em SP

- ADHEMAR ARNEZ DOMINGUES - Nesta quarta (29), às 11h, na Igreja GEORGE OLIVIER TONI (1926-2017) THIAGO AMÂNCIO S. José, r. Dinamarca, 32, Jd. Europa. CAMILLO DURVAL GONÇALVES BERTI - Nesta quarta (29), às 19h, na Paróquia

Não fosse o maestro Olivier Toni, São Paulo talvez não tivesse uma Escola Municipal de Música, um departamen­to de música na sua maior universida­de ou algumas orquestras importante­s.

É ele um dos responsáve­is por fundar a Orquestra Sinfônica da USP, a Orquestra de Câmara da USP e a Orquestra Sinfônica Jovem Municipal.

O departamen­to de música da USP e a Escola Municipal criou porque dizia que aprender música com professore­s particular­es, como ele fizera, priva o aluno de aspectos fundamenta­is do ensino: a prática em conjunto e a convivênci­a com outros músicos.

Olivier Toni é considerad­o nome fundamenta­l na profission­alização da prática e do ensino de música no Brasil.

Participou ainda da fundação da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) e regeu orquestras no Brasil e exterior. Como professor, orientou nomes importante­s, como Régis e Rogério Duprat e Willy Corrêa de Oliveira.

Fagotista, escolheu tocar o instrument­o porque “era pobre, como 99% dos músicos, e precisava de um instrument­o de orquestra, para ter trabalho”, conta a filha Cláudia.

Por isso não quis que os filhos seguissem na área. Sem sucesso: aposentado, deu até para os netos aulas teóricas de harmonia e composição.

Compositor disciplina­do, aliás, escrevia todos os dias, até o fim da vida, diz a filha.

Sua última obra, “Navio Negreiro”, baseada no poema de Castro Alves, foi executada pela última vez uma semana antes de sua morte —no sábado (25), aos 90, por problemas decorrente­s de um câncer. Deixa a mulher, Maria Helena, três filhos e quatro netos. coluna.obituario@grupofolha.com.br

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